MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians treinou para enfrentar o Guarani, hoje, às 16h, em Campinas (SP), tenso.
O técnico Carlos Alberto Parreira não quer ver mais seu time "feliz e solto" no campo. Segundo ele, foi assim que o time cedeu a virada para o Flamengo na rodada passada do Torneio Rio-São Paulo -o Corinthians perdia por 2 a 0, virou para 3 a 2, mas perdeu por 4 a 3 no Maracanã.
"Futebol é como a vida na mata selvagem. Se um animalzinho bobear, vem uma águia e o engole. O coelho tem que estar sempre de orelha em pé, alerta, ou será devorado pelo leão. É a Lei de Darwin: só os mais fortes e preparados sobrevivem. Vale para tudo", disse o treinador corintiano.
Para enervar os jogadores, Parreira mudou seu estilo e comandou o treino tático de anteontem, de baixo de forte chuva, aos berros. Pedia insistentemente "alegria nas pernas" e "atenção".
Até a comemoração de gols foi tema da preleção do técnico. Segundo os próprios jogadores, a alegria do gol não pode tirar a equipe do jogo. "Não podemos ficar aéreos. Esta foi a lição que aprendi contra o Flamengo", disse o atacante Leandro.
A tática de Parreira é para cadenciar o novato Corinthians, que tem Fabrício, Gil, Deivid e Leandro no time titular.
Na análise do técnico, faltou experiência ao time na última rodada. A equipe vencia e o rival jogava com dez aos 30min do segundo tempo, mas se entregou.
Parreira quer os jogadores "mordidos", por isso até a semana que teve para preparar a equipe foi motivo de crítica. "Está demorando muito para passar", disse ele na terça-feira.
Em relação aos treinos, de acordo com o técnico corintiano, tantos dias não ajudaram muito porque três de seus titulares estavam na seleção brasileira e só se apresentaram anteontem.
"A semana ficou bastante prejudicada por causa das ausências. Mas deu para aprimorar a forma física", afirmou Parreira.
Os jogadores concordam que não podem mais esmorecer. O Guarani está empatado com o Corinthians em pontos conquistados e é concorrente direto a uma das quatro vagas reservadas aos finalistas do interestadual.
"Agora não podemos deixar de somar pontos. Ficaremos muito para trás se não vencermos. Não importa que o jogo é fora de casa. A vitória é a nossa obrigação", afirmou o lateral-esquerdo Kléber, que, além do sucesso da sua equipe, pensa no próprio: "Estou bastante otimista em relação à seleção brasileira, mas preciso jogar bem, claro".