São Paulo, domingo, 10 de março de 2002

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Torcida, salário e rebaixamento norteiam o Santos

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O objetivo da equipe do Santos será trímero hoje diante do Botafogo, às 16h, na Vila Belmiro, pelo Torneio Rio-São Paulo.
Na expectativa de uma vitória, que não ocorre há duas semanas, os santistas entrarão em campo na seguinte condição: ansiosos para voltar à zona de classificação, preocupados com a possibilidade de terminar a rodada na faixa de rebaixamento e concentrados para que os protestos dos torcedores e os atrasos salariais não influenciem o desempenho da equipe.
Com 13 pontos no torneio interestadual, o time da Baixada Santista ocupava a oitava colocação até o início desta rodada.
Os santistas sabem que um tropeço hoje pode deixar o time numa situação delicada. A pior equipe de cada Estado não disputará o Rio-SP do próximo ano.
A derrota para o Americano, na semana passada, e a desclassificação da Copa do Brasil, quarta-feira, diante do Internacional, foram determinantes para a eclosão da crise que hoje assola os jogadores da Vila Belmiro.
O clima de desconfiança e apreensão entre os atletas e a comissão técnica piorou ainda mais na última quinta-feira, quando o zagueiro Odvan declarou que os problemas salariais do clube estavam prejudicando o desempenho do time nas competições.
Alguns jogadores também se mostraram indignados com as últimas atitudes dos torcedores: o zagueiro Preto foi ameaçado de agressão, os muros da Vila Belmiro foram pichados com ameaças ao elenco e integrantes de torcidas organizadas foram ao CT Rei Pelé para cobrar resultados do time.
Anteontem, o diretor-executivo João Paulo Medina pediu demissão, pois se sentiu ofendido por uma ordem sua de proibir o acesso de torcedores ao CT Rei Pelé ter sido desrespeitada por outros diretores do Santos. O ex-jogador Zito já assumiu o posto.
Baseado nas últimas declarações do presidente do clube, Marcelo Teixeira, o técnico Celso Roth tem dito que não se sente pressionado com os últimos resultados negativos. Teixeira garante que o trabalho de Roth está agradando à diretoria santista e sua suposta demissão nem foi cogitada.
Em meio à turbulência, os jogadores ainda conseguem expor um trunfo que terão diante do time carioca: o bom desempenho da equipe diante de seus torcedores. Neste Rio-SP, os santistas possuem o aproveitamento de 100% em seu estádio, após quatro jogos.
Para hoje, Roth promoverá duas modificações em relação à equipe que foi derrotada pelo Internacional. As novidades serão as entradas de Preto e Elano.
Preto ocupará o lugar do volante Paulo Almeida. Com isso, o treinador santista voltará a adotar o esquema 3-5-2, com Preto, Odvan e Cléber na zaga e os laterais Michel e Leo atuando como alas.
"Os melhores resultados do time neste ano foram obtidos com a formação 3-5-2", declarou Roth.
No ataque, Willian dará seu lugar a Elano, que agradou a Roth no segundo tempo da partida contra o time gaúcho.


NA TV - Sportv (só para Campinas e RJ), Globo (menos para SP) e Record (só para SP), às 16h



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