São Paulo, domingo, 10 de março de 2002

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VÔLEI

CBV faz reunião para seleção e clubes testarem plano de tricampeão mundial

Brasil faz uniformização à italiana

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil dá os primeiros passos hoje rumo à uniformização dos métodos das seleções brasileiras e dos principais clubes nacionais.
Tal iniciativa foi inspirada na Itália, país tricampeão mundial, um título que ainda falta ao Brasil.
A Confederação Brasileira de Vôlei realiza a partir das 15h o primeiro Encontro de Preparação Física aplicado ao vôlei, no Rio.
Participam 35 representantes dos 20 clubes que disputam da Superliga feminina e masculina.
O treinador da seleção brasileira masculina, Bernardo Rezende, o Bernardinho, admite que tem planos de organizar um evento semelhante, mas reunindo técnicos.
"A idéia é promover uma reunião [de técnicos", mas na hora certa. Quando assumi a seleção, não pude propor pois tinha gente que ainda me via com suspeita. Mas, agora, a Superliga está em andamento", explica Bernardinho. ""De todo modo, isso já acontece de forma informal. Quase todas as equipes hoje forçam o saque [a exemplo do que faz a seleção", o que não ocorria antes."
A reunião dos preparadores físicos, que ocorre hoje -e que deve ocorrer três vezes ao ano-, foi inspirada na prática dos italianos. "A idéia surgiu de uma conversa que tive no início do ano com o Nalbert e o Marcelo Negrão, que jogaram na Itália [no Macerata e no Piaggio/Roma". Foi quando eles perguntaram por que não fazíamos igual", diz José Inácio Salles, preparador físico da CBV.
Segundo Nalbert, a uniformização foi adotada na Itália no período em que a seleção nacional foi comandada pelo argentino naturalizado italiano Julio Velasco, que transformou o país em uma potência do vôlei masculino. Entre 1989 e 1996, o time ganhou 15 títulos, entre os quais o bi mundial e o penta na Liga Mundial.
"O Velasco convenceu os clubes de que o que era bom para a seleção era bom para eles e vice-versa. Não é bom para o atleta conviver com preparações e táticas diferentes nos times e na seleção. A gente [jogadores] deixa de atingir o nível mais alto", afirma Nalbert.
"O encontro entre preparadores não vai servir para a CBV impor, a seleção não é referência. Não temos a solução para todos os problemas. Nos clubes, alguém pode ter uma solução melhor para determinada questão. Mas é fácil entender que com a integração, o produto tende a crescer", analisa Salles, ao confirmar que um encontro também entre treinadores tem sido cogitado pela CBV.


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