DA REPORTAGEM LOCAL

A vitória por 2 a 0 de ontem, em Campos, deixou o Palmeiras ainda mais líder do Torneio Rio-São Paulo, enquanto o time derrotado, o Americano, ficou condenado ao penúltimo lugar na classificação do torneio interestadual.
Apesar de jogarem de igual para igual, a diferença técnica falou mais alto. O Palmeiras colecionou seu sétimo triunfo em nove jogos, sendo certeiro nas finalizações. Por seu lado, o time da casa amargou sua sexta derrota. A equipe criou, mas não soube aproveitar.
Essa foi a última viagem palmeirense ao Rio na primeira fase. Seus próximos seis jogos na competição são contra adversários locais. Diante dos conterrâneos, que fazem na média melhor campanha que os fluminenses, os comandados de Wanderley Luxemburgo defenderão sua liderança, com 22 pontos na classificação.
Ontem, o time fez seus gols no primeiro tempo, e, com um jogador a menos na fase final, soube manter a vantagem. "Foi uma vitória merecida. A equipe foi eficiente e jogou com inteligência", analisou o goleiro Marcos, que se disse "mentalmente cansado" após defender, na mesma semana, a seleção brasileira e seu time.
O Palmeiras teve um começo fulminante, com quatro chances de gol em seis minutos. Todas elas com participação do volante Claudecir, que voltou a ser titular após quatro meses de problemas técnicos e físicos. "Senti um pouco, mas fui bem", disse o volante.
Aos 6min, foi ele quem cruzou da lateral direita para o atacante Itamar desviar de cabeça e abrir o placar. A partir daí, o Palmeiras recuou, tentando o contragolpe.
Com essa estratégia, o Americano ganhou mais espaço para jogar e criou várias chances. O goleiro Marcos, que atuou pela seleção na quinta-feira, fez duas boas defesas e contou com a sorte, aos 17min, quando um chute de Luciano Viana bateu em sua trave.
Enquanto Marcos mostrou serviço em campo, o meia Alex, que também esteve na partida contra a Islândia, teve atuação apagada no primeiro tempo, com muitos erros de passe, e só se destacou na etapa complementar.
Vendo que os contra-ataques não funcionavam, o Palmeiras decidiu dar nova carga no final do primeiro tempo. Aos 40min, Itamar fez jogada na área e cavou um pênalti. O juiz mineiro Alício Pena Júnior, porém, deu cartão amarelo para o atacante argumentando que ele teria simulado.
Se não conseguiu o pênalti, Itamar se vingou, dois minutos depois, com passe que deixou Christian na frente do goleiro Braz, que acabou levando gol por cobertura. "Demos duas bobeiras, e o Palmeiras, que é um time experimente, soube aproveitar", disse Luciano Viana no intervalo.
Um lance do atacante fluminense marcou o segundo tempo. Aos 4min, ele recebeu duas faltas duras de Paulo Assunção, que foi expulso. Isso obrigou os dois técnicos a fazerem mudanças táticas.
O palmeirense Wanderley Luxemburgo colocou o volante Galeano em campo no lugar de Christian, enquanto o técnico do Rio trocou o zagueiro Laerte pelo meia-atacante Marquinhos.
A partida ficou muita congestionada, com muita marcação e poucas jogadas de área.
Mesmo com a vantagem de ter um atleta a mais em campo, o Americano não levou perigo, porque não conseguia entrar na área palmeirense e também não arriscava chutar de longe. Quando finalizava, mostrava sua limitação técnica, com chutes defeituosos.
Já a equipe paulista preferiu cadenciar seu ritmo, com Alex se responsabilizando por iniciar as ações, até ser substituído por Reinaldo faltando dez minutos.
Ao final da partida, o técnico Wanderley Luxemburgo reclamou da arbitragem, insinuando que Eduardo Viana, presidente da Federação de Futebol do Rio e patrono do Americano, teria pressionado o juiz. "Ele fica na beira do campo e, no intervalo, vai aos vestiários falar com o árbitro", disse o treinador, que se queixou de um pênalti não-marcado e dos cartões palmeirenses.



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