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Tradicionais se dizem hoje abandonados
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns dos times mais tradicionais do interior do Estado e que estão na terceira
ou quarta divisões se sentem
"abandonados" pela Federação Paulista de Futebol.
"Lamentavelmente, a federação dá uma condição
melhor para os times que estão mais perto da capital.
Clubes de cidades com tradição no futebol, como XV de
Jaú, Ferroviária, Noroeste e
São Bento, ficaram em terceiro plano", disse Eli Biscaro, presidente do Marília.
Biscaro, que foi técnico de
seu time anteontem devido à
falta de tempo para contratar um treinador, diz que estão na divisão de elite equipes que têm fortes patronos.
""O União de Araras tem o
Ometto (Herminio Ometto).
O Mogi Mirim tem o Wilson
de Barros. O Rio Branco
também tem um milionário
por trás. Isso desequilibrou
o futebol", disse.
Segundo o assessor de imprensa do XV de Jaú, Moacir
Zanin, a verba que a federação dá aos clubes da A-3
(terceira divisão) é ínfima.
""O XV de Jaú é um dos clubes do interior que dão mais
renda. Mesmo assim, estamos levando só 2.000 ou
3.000 pessoas por jogo. E,
para um campeonato todo, a
federação nos dá entre R$ 90
e R$ 100 mil", disse Zanin.
A Ferroviária, melhor time
do interior no final dos anos
60, está na B-1 (quarta divisão). Recebe, segundo seu
presidente, Milton Cardoso,
R$ 3.000 por jogo em casa.
""A Ferroviária tem grande
patrimônio. É difícil administrá-la. Times de cidades
de porte médio, como Mogi
Mirim e Matonense, têm só
11 camisas. É mais fácil de
administrar", disse Cardoso.
O presidente da Ferroviária sugere um torneio com
os times do interior no segundo semestre. ""Temos só
uma chance no ano de subir.
Clubes tradicionais, como
América, Comercial, Noroeste e Ferroviária, poderiam jogar outro torneio valendo acesso. Se a Ferroviária jogasse no Rio, nunca sairia da primeira divisão."
A Folha tentou contato
com dirigente do Noroeste,
mas o telefone do time, que
vive crise financeira, estava
fora de serviço.
(RBU)
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