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FUTEBOL
O recuo do Once Caldas
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Estava em dúvida entre fazer
uma coluna sobre o Milan e a
melhor defesa do mundo ou sobre
o Once Caldas e a maior retranca
do mundo. Quem perdesse a disputa ficaria com a ""gorda nota"
aqui ao lado. Consultei um amigo
e ele me sugeriu falar do time colombiano, pois o Milan seguirá
firme no noticiário, avançando
na Copa dos Campeões, enquanto a equipe de Manizales tende a
sumir de vista, além de ser um fenômeno ainda mal explicado.
Já havia optado pelo Once Caldas quando li anteontem à noite
que o presidente do campeão da
Libertadores tinha renunciado.
Melhor sinal era impossível.
O time que deixou a América
boquiaberta no ano passado jogando fechadinho fez naquela
criticada e vitoriosa campanha
1,21 gol em média por partida.
Agora, a média caiu para 0,25 gol
por jogo. Mais claro: foram quatro partidas como detentor do título, três 0 a 0 e um gol marcado.
Desde que a Libertadores entrou em sua fase moderna, com
um longo mata-mata, em 1988, é
a pior passagem ofensiva de um
campeão -excetuando o próprio
ano de 1988, quando o Penãrol fez
apenas dois jogos com o San Lorenzo e passou em branco.
O Once Caldas, que segurou 0 a
0 contra São Paulo, Boca Juniors
e Porto em 2004, não conseguiu
em 2005 anotar no Cobreloa e no
San Lorenzo, em casa, e no Chivas Guadalajara, fora. Está bem
perto da eliminação na Libertadores e vinha ocupando só a 14ª
posição no Campeonato Colombiano. A crise aponta para tristes
12 partidas sem vitória, levou à
demissão do técnico Víctor Luna
e, por último, à renúncia do presidente Jairo Quintero Trujillo.
O treinador Luis Fernando
Montoya, apontado como o mentor da retranca bem-sucedida do
Once Caldas, foi vítima de um
atentado e ficou tetraplégico pouco após o Mundial interclubes,
quando quase todo o planeta torceu nos pênaltis contra os colombianos que priorizam a defesa.
Como os resultados não estavam aparecendo sem Montoya,
elevaram à condição de treinador
o ex-auxiliar Carlos ""Panelo" Valencia. Em campo, o time tem variado entre uma linha de três ou
quatro defensores, mas segue
apostando em um só na frente
-no último jogo, Néstor Álvarez.
Luna deu vez a alguns jovens,
como Amaya, Nuñez, Díaz e
Henriquez, dobrou a família Viáfara na equipe (além de John,
agora joga Efraín), mas sofreu
boas perdas no gol (além de Henao vir para o Santos, o equatoriano Cevallos pena com lesões).
O Once Caldas despertou raiva
e inveja de muitos com seu estilo.
Para quem acredita em ""olho
gordo", o time de Manizales já começou a pagar seus pecados logo
após o título continental, quando
puniram Agudelo por seis meses
pelo uso de cocaína -dopado
contra o Santos nas quartas-de-final, não seria carrasco do São
Paulo se revelassem tudo logo.
Bonito ou feio, Quintero Trujillo tirou o clube de Manizales de
uma fila nacional de 53 anos e
pôs a equipe no mapa do futebol
mundial. Agora, assume a presidência José Manuel López Bugallo, acionista majoritário do time.
O Once Caldas se defende.
O avanço do Milan
O Chelsea roubou só por pouco tempo a honra de ter a melhor defesa
do mundo. Na Copa dos Campeões, o Milan foi vazado só três vezes,
nenhuma no mata-mata. O Chelsea levou nove gols, sendo que dois
em cada um de seus jogos na fase aguda do torneio (recebeu mais
gols que PSV, Juventus, Inter e Liverpool). Nos últimos sete jogos no
Italiano, o Milan levou só dois gols. O Chelsea, nas últimas quatro
partidas no Inglês, foi vazado três vezes. Dida, 31, Cafu, 34, Stam, 32,
Nesta, 29 e Maldini, 36. Calcule a média de idade da defesa que tem
na reserva Costacurta, 39 anos no dia 24, Pancaro, 33, Fiori, 35, e os
""garotos" Abbiati e Kaladze, 27. Gattuso protege Cafu. Gattuso e Pirlo protegem a zaga. Com Stam, quatro jogos sem levar gol na Champions League (e Maldini, interminável, volta à lateral esquerda). Dida
completou 451 minutos sem ser vazado. Chelsea x Milan na final!
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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