São Paulo, domingo, 10 de abril de 2005

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VÔLEI

Time inicia as finais da Superliga contra o Minas por título inédito com grupo em que só um atleta já levantou o troféu

Banespa joga para "perder a virgindade"

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A estante está cheia. Nalbert é o único jogador do mundo a conquistar todos os títulos mundiais, da base ao adulto. É campeão olímpico, da Liga, pan-americano e de uma série infindável de torneios com a seleção e em clubes. Mas um vazio ainda incomoda.
Nalbert é o principal exemplo do estigma que o Banespa tenta quebrar a partir de hoje. O tradicional clube paulista nunca ergueu o troféu da Superliga. Para isso, conta com um elenco tão virgem quanto ele: apenas um atleta que já subiu ao topo do pódio.
"Nosso time foi muito regular a temporada inteira. Confesso que quando cheguei aqui fiquei meio em dúvida sobre o quanto poderíamos render", afirmou Nalbert.
"Nos mata-matas, mostramos que também ganhamos maturidade, apesar de sermos um time jovem. Temos de manter isso agora que é para valer", completou.
A preocupação com a inexperiência em decisões seria maior se do outro lado da quadra não estivesse o Minas. Assim como o rival paulista, o time de Belo Horizonte apostou nesta temporada em atletas novatos. Mas, mesmo assim, conta com jogadores campeões nacionais como o ponta Roberto Minuzzi e o líbero Serginho, que já estiveram com a seleção.
A equipe surpreendeu os favoritos e terminou a fase classificatória na primeira colocação. Logo atrás figurou o Banespa.
"Seguimos pelo mesmo caminho, mas espero que agora eles parem e sigam sem título", diz o levantador Marlon, vice-campeão em 1999/2000 e 2002/2003 com a Unisul. Na primeira vez, ele perdeu exatamente do Minas, que também conquistou as temporadas 2000/2001 e 2001/2002.
As principais armas apresentadas pelos times durante este campeonato foram antagônicas.
Entre os mineiros, a força está no arsenal de ataque. É o melhor no fundamento, com 38,5% de aproveitamento. O Banespa aparece em quarto, com 35,6%.
O time paulista, por sua vez, é o que mais tem neutralizado as cortadas adversárias. Capitaneado por Nalbert, o melhor no fundamento, o Banespa apresenta a mais eficiente defesa da competição, com 13,1% de aproveitamento, índice bem superior ao do segundo colocado, o já eliminado Bento Gonçalves, com 7,8%.
"É um time semelhante ao nosso por ser jovem e forte no conjunto. A única diferença é que eles são comandados pelo melhor dos veteranos, que é o Nalbert, parâmetro da equipe", avalia o técnico do Minas, Marcos Miranda.
Se não conseguir quebrar o tabu na série que começa hoje, às 15h, em Belo Horizonte, a equipe de Mauro Grasso ainda terá chances para perder a "virgindade".
Mas Nalbert não. O ponta caminha para sua aposentadoria nas quadras e início de carreira no vôlei de praia. Para ter mais tranqüilidade no adeus, diz que precisa de três coisas: patrocínio forte, bom parceiro e estante completa.


NA TV - Sportv e Cultura, ao vivo, às 15h

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