São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Briga por ingresso foi decisiva para Parque Antarctica

Após saber que duelo seria em Ribeirão Preto, São Paulo reduziu carga de entradas para rivais na primeira partida

Sem divisão igual, como havia sido acordado por clubes, Palmeiras recorreu à federação e pressionou por jogo em seu estádio

DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

A escolha do Parque Antarctica para o segundo jogo entre Palmeiras e São Paulo pela semifinal do Paulista-2008 ocorreu após o time do Morumbi desistir de dividir os bilhetes igualmente com os rivais.
Ao saber que a Polícia Militar avalizaria clássico do dia 20 em Ribeirão Preto, a diretoria tricolor decidiu interromper a venda de parte dos ingressos destinados aos palmeirenses no duelo do domingo. Queria garantias de que receberia metade das entradas no interior.
Pelas contas do São Paulo, o Palmeiras ficaria com cerca de 25 mil ingressos. Quando soube que seria mesmo no Parque Antarctica, o clube definiu que venderá somente 10% (6.700) dos ingressos para o rival -até ontem, no entanto, já haviam sido comercializados 8.000.
O vice de futebol do Palmeiras, Gilberto Cipullo, argumentou com o presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero, que o São Paulo não estava cumprindo o combinado. E que, se não era para dividir os ingressos igualmente, a partida poderia ocorrer no Parque Antarctica, pois, segundo o Palmeiras, o estádio só não seria usado porque não havia como repartir igualmente o público.
O São Paulo afirma que o acordado valia somente com os dois jogos sendo no Morumbi. Como o segundo não seria lá, precisava ter garantias de quantas entradas receberia.
Acabou irritado com a FPF, que não fez valer o combinado na reunião entre os clubes. "Encaro a decisão como natural. É o mais correto para um jogo dessa importância. O São Paulo vai jogar a primeira na casa deles, e nós vamos jogar a segunda em casa. Isso deveria acontecer sempre. De agora em diante, o Palmeiras vai fazer de tudo para jogar as finais dentro da sua casa", disse o diretor de futebol Toninho Cecílio.
O clube destinará cerca de 2.500 lugares ao adversário. Um dos problemas, apontado também pelo promotor Paulo Castilho, é a pequena distância (cerca de 10 m) que separam as entradas para os visitantes e a entrada do setor VIP.
"Esse é um detalhe que a diretoria do Palmeiras vai ter que resolver. Se for necessário, certamente será desocupado [para a separação das torcidas]", afirmou o coronel da PM Ademir Aparecido Ramos.
Castilho, no entanto, diz ter documentos da própria polícia que não recomendam um clássico no Parque Antarctica. "É correr um risco desnecessário, mas eu estou com a consciência tranquila", afirmou o promotor, que admitiu não entender por qual motivo a PM "mudou sua posição".
"Esses documentos são verdadeiros, legítimos. Aumenta o risco, mas nós estamos garantindo a segurança", rebateu Ramos, argumentando que o Palmeiras entregou todos os laudos necessários para a liberação do Palestra Itália.
"A PM está preparada para fazer a segurança em qualquer estádio. Mas sei que teremos mais trabalho", declarou. (EDUARDO ARRUDA E RICARDO PERRONE)


Colaboraram MÁRVIO DOS ANJOS e TONI ASSIS , da Reportagem Local


Texto Anterior: Parque Antarctica herda clássico
Próximo Texto: São-paulino diz que faltou bom senso
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.