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FUTEBOL
Hernán Gómez leva tiro na perna supostamente por não levar filho de ex-presidente à seleção júnior do país
Herói, técnico do Equador sofre um
atentado a bala
DA REDAÇÃO
O técnico do Equador, o colombiano Hernán Darío Gómez, sofreu um atentado ontem apesar
de estar sendo apontado como
um grande herói no país devido à
boa campanha equatoriana nas
eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2002.
Gómez levou um tiro na perna
anteontem à noite supostamente
por não ter incluído o filho do ex-presidente Abdalá Bucaram na
seleção júnior do Equador.
O treinador comanda a seleção
que ocupa a terceira posição nas
eliminatórias, um ponto à frente
do Brasil -obteve vitória histórica por 1 a 0 sobre a seleção brasileira, motivo de festejos no país.
Em meio ao bom momento do
futebol equatoriano, Bucaram
procura promover a carreira do
filho. O Equador está classificado
pela primeira vez para o Mundial
júnior -o torneio acontecerá na
Argentina neste ano.
O ex-presidente equatoriano,
exilado no Panamá, disse à France
Presse que quer a continuidade
do trabalho de Gómez. ""Conversei por telefone com Gómez, que,
do seu leito de dor, concordou comigo que o futebol gera paixões. É
uma desgraça tal incidente."
O técnico renunciou a proteção
especial no país, dizendo que se
sentia protegido ""porque tinha
um equatoriano ao seu lado".
Tendo assumido uso de doping
quando jogador, Gómez declarou
ontem que não se importou muito com o incidente. O treinador
disse que vai continuar ""sendo
uma pedra no sapato".
Gómez voltou a sofrer após uma
euforia exagerada no futebol.
Quando era assistente de Francisco Maturana na seleção colombiana, a equipe deslumbrou o
continente com um 5 a 0 sobre a
Argentina, mas fracassou no
Mundial dos EUA e, ainda durante a Copa, o zagueiro Escobar, autor de um gol contra na partida
com os EUA, foi assassinado.
Durante seu trabalho na seleção
colombiana, Gómez foi ameaçado de morte várias vezes por escalar seu irmão Gabriel Gómez
-também ameaçado de morte,
ele foi sacado contra os EUA.
Em meio à última Copa, o treinador disse temer a euforia e a desilusão causadas pelo futebol.
""Tenho a experiência de um morto e, por isso, não vendo ilusões."
Gómez dirigiu a Colômbia no
Mundial-98 e deixou o atacante
Asprilla fora do torneio, atitude
corajosa em seu país. O treinador
foi criticado por não dar ouvidos
ao governo colombiano.
""Parece que, na Colômbia, para
ir a um Mundial, tem que que pagar uma condenação. É preciso
sofrer", disse na época.
Apelidado de ""Bolillo", Gómez
decidiu dirigir a seleção do Equador em busca de tranquilidade.
Com um grupo limitado de jogadores, conseguiu deixar a equipe
perto da classificação para o
Mundial, feito inédito no país.
Com agências internacionais
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