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BOXE
Joe Louis
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Que Muhammad Ali foi o
maior campeão dos pesos-pesados da história, disso não resta a menor dúvida. Todos os seus
feitos, dentro e fora do ringue, estão bem documentados.
O consenso, quando se questiona quem é o segundo maior, é o
também norte-americano Joe
"Brown Bomber" Louis, que, se
ainda estivesse vivo, na próxima
segunda-feira, dia 13, estaria
completando 88 anos.
Fora do ringue, as pessoas que
guiaram a carreira de Louis, o segundo campeão negro da história, tomaram cuidado para que
ele não duplicasse os erros de seu
predecessor, o irreverente e abusado Jack Johnson.
Ao contrário do que ocorreu
com Johnson, Louis tornou-se um
herói nacional. Primeiro, vingou-se de uma derrota no início de
carreira para o também campeão
Max Schmeling, nocauteando o
alemão em apenas um assalto em
1938, no Yankee Stadium. Para os
norte-americanos, foi como se
Louis tivesse imposto um knockdown ao próprio Adolph Hitler.
Depois, durante a guerra, Louis
deixou a carreira de lado ao se
alistar no Exército e jamais tirou
o uniforme durante aquele período. Mais, participou, gratuitamente, de inúmeras exibições
com o objetivo de levantar o moral dos soldados.
No ringue, as maiores credenciais de Louis são dois recordes
que impôs e que seguem até hoje:
o mais longo reinado consecutivo
de um campeão dos pesos-pesados, que se estendeu do final de
1937 até 1948, e o de maior número de defesas do cinturão: 25.
Desses 25 desafiantes, só dois
conseguiram não perder por nocaute. Outros pugilistas conhecidos pela resistência e durabilidade "dormiram": o campeão dos
meio-pesados Billy Conn, Arturo
Godoy, Jimmy Braddock, Max
Baer e Paolino Uzcudun.
Além de contar com sua característica frieza, Louis executava
todas as suas ações com perfeição
-o jab, os cruzados, os uppercuts-, sempre lançando os golpes com o objetivo de gerar o máximo de impacto possível.
Entre suas vítimas estão cinco
ex-campeões dos pesos-pesados:
Braddock, Jack Sharkey, Schmeling, Baer e o gigantesco Primo
Carnera.
Fora isso, Louis contava com
excelente poder de adaptação: era
magnífico em revanches, rivais
que dificultaram sua vida em um
primeiro encontro, foram destruídos nas revanches. Testemunhas
disso foram Jersey Joe Walcott,
Buddy Baer, Abe Simon e Godoy.
E, em sua última luta, aos 37
anos, Louis, que voltava aos ringues, aguentou sete assaltos com
um jovem Rocky Marciano.
Seu cartel profissional registra
69 vitórias, 54 por nocaute, e apenas 3 derrotas. Mas, se era tão
bom, por que é considerado apenas o segundo melhor?
É que Louis não era o mais ágil
dos lutadores, adversários rápidos, como Conn e Walcott, por
exemplo, conseguiam explorar essa deficiência e confundi-lo (pelo
menos em seus primeiros duelos).
Outro quesito no qual Louis
não pode ser considerado o melhor é seu ""queixo". Além do nocaute para Schmeling, Walcott o
derrubou, mesmo perdendo a luta, assim como o gorducho Tony
Galento e Braddock. Conn também chegou a abalá-lo durante
momentos em sua luta.
Mas ser o segundo melhor peso-pesado de todos os tempos não é
tão mal, é? Principalmente quando se considera quem é o melhor.
Programação 1
O peso-pesado Danny Williams disputa hoje o título britânico da
categoria contra Keith Long, hoje. Williams tem 26 vitórias e 1 derrota, enquanto Long tem 6 vitórias, 1 derrota e 1 empate.
Programação 2
O ex-campeão dos meio-médios, médio-ligeiros e médios, o porto-riquenho Félix Trinidad, retorna aos ringues amanhã, contra
Hacine Cherifi, em sua primeira luta desde que foi nocauteado pelo norte-americano Bernard Hopkins. Trata-se de uma luta organizada para devolver a confiança a Trinidad, pois Cherifi não é
considerado um pegador, mas provavelmente vai durar alguns assaltos contra o porto-riquenho. O combate será realizado no Coliseu Roberto Clemente, em San Juan, Porto Rico. Na preliminar, o
campeão dos meio-médios-ligeiros da AMB, Randall Bailey, enfrenta o cubano Diobelys Hurtado, agora que o russo Kostya Tszyu
foi promovido a ""supercampeão".
E-mail eohata@folhasp.com.br
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