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AUTOMOBILISMO
Piloto renova até 2004, data do fim do contrato dos principais nomes da equipe, inclusive Schumacher
Barrichello entra para a "famiglia Ferrari"
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ZELTWEG
Foram necessários 39 GPs. Ontem, enfim, a Ferrari acolheu Rubens Barrichello em sua família.
A escuderia italiana anunciou a
renovação do contrato do piloto
brasileiro até dezembro de 2004.
A data coincide com o fim dos
compromissos daqueles que desde 1996 formam a espinha dorsal
da equipe: Jean Todt (diretor esportivo), Ross Brawn (diretor técnico), Rory Byrne (projetista),
Paolo Martinelli (engenheiro de
motor). E Michael Schumacher.
A decisão, tomada há quatro
dias e referendada apenas anteontem à noite, põe fim a uma série
de especulações sobre o futuro de
Barrichello, que iam de sua contratação pela Toyota até uma
transferência para a Indy.
É a primeira vez desde 2000, sua
primeira temporada pela Ferrari,
que Barrichello tem um contrato
com validade superior a um ano.
Até agora, sempre havia assinado
compromissos anuais, com alternativas para novas renovações.
"É muito bom poder fazer parte
dessa família e estar com ela até o
fim de 2004, quando acaba o contrato de todo mundo", disse Barrichello, em Zeltweg, onde hoje
acontecem os primeiros treinos
livres para o GP da Áustria.
"Minha grande motivação foi
poder continuar junto desse pessoal, que faz a Ferrari melhorar
sempre, ano a ano, mesmo que às
vezes isso pareça impossível."
Com a renovação até 2004, Barrichello passa definitivamente a
fazer parte da turma de Schumacher, do grupo que o piloto alemão montou desde que chegou à
escuderia, há seis temporadas.
"Estou contente por Rubens ter
ficado. Não vejo nenhum piloto
melhor do que ele para guiar para
a Ferrari", disse o alemão.
Foi o tetracampeão que levou
Brawn e Byrne da Benetton para a
Ferrari. Eles se juntaram a Todt
(na equipe desde 1993) e Marti-
nelli (1994) para reconstruir o time, que havia anos fazia papel de
coadjuvante no campeonato.
Faltava, porém, um segundo piloto. Eddie Irvine passou quatro
anos no time, mas sempre esteve
muito distante de Schumacher
nos treinos e nas corridas.
Barrichello foi chamado em
1999 e, a partir do ano seguinte,
começou a construir com o alemão uma parceria de sucesso.
Nesses dois anos e meio, Schumacher tirou a Ferrari de um jejum de 21 anos sem títulos, conquistou dois campeonatos, e a
equipe levou dois Mundiais de
Construtores. Em todas as ocasiões, o time rasgou elogios à regularidade do brasileiro. Em suma, ele cumpriu bem seu papel de
"roubar" pontos dos rivais.
Em 2000, ano de sua única vitória, Barrichello fez 62 pontos e fechou o ano em quarto lugar. No
ano passado, com 56 pontos, foi o
terceiro. A exceção vem acontecendo justamente neste ano. Em
cinco corridas, o brasileiro terminou apenas uma, o GP de San Marino, em segundo lugar.
As eventualidades das outras
quatro provas (três quebras e um
acidente) não abalaram seu relacionamento com a escuderia.
"Começamos a tratar do assunto depois do GP da Espanha [há
duas semanas", e a conversa foi
muito rápida, durou só meia hora. As coisas aconteceram de um
jeito muito tranquilo", disse.
Questionado se ainda pensava
em ser campeão do mundo, Barrichello foi direto: "A gente sempre tem que sonhar bem alto. Podem falar o que quiserem, mas
meu sonho vai continuar vivo".
Ao fim de 2004, Schumacher
deve se aposentar. O brasileiro, no
entanto, não quer falar sobre isso
agora. "Tem muita coisa para
acontecer até lá. Sinceramente,
não estou pensando nisso."
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