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Contra Estudiantes, na Argentina, Fabão diz que imita macaco se marcar, e cartola faz ameaça
À espera de provocações, São Paulo prepara revide
LUÍS FERRARI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
O São Paulo faz hoje à noite o
primeiro jogo das quartas-de-final da Libertadores, contra o Estudiantes, pronto para jogar bola
e, se preciso for, também revidar
as provocações dos argentinos.
"Sou da paz, mas já estou preparado. Joguei na Espanha [Betis] e
era assim. Era chamado de mono
[macaco, em espanhol]. Se eu fizer um gol, aí eu provoco também. Vou comemorar imitando
um macaco. Quem tem que garantir o jogo não sou eu", afirmou
o zagueiro Fabão, em referência
ao trio de arbitragem.
Para a partida das 21h45, no
acanhado estádio Centenario, em
Quilmes, Fabão descortinou o
tradicional discurso oficial. Ele
disse esperar provocação dos torcedores argentinos pelo fato de
ser negro e falou que o juiz Rubén
Selman, do Chile, vai ter de ser rigoroso para saber levar a partida
sem grandes incidentes.
Segundo o zagueiro, que esteve
no empate do ano passado entre
Quilmes e São Paulo por 2 a 2, a
equipe tem que se impor e contar
com a imparcialidade do árbitro,
o mesmo que atuou na derrota
por 2 a 1 para o Chivas, no México. "Não podemos jogar só na defesa. O estádio é pequeno, e se eles
se empolgam fica mais complicado. O juiz tem que ser rigoroso."
O ex-presidente Marcelo Portugal Gouvêa, que vai acompanhar
a delegação, também manifestou
preocupação pelo local da partida. E deu um aviso. "Lá é sempre
assim pela rivalidade. Mas vai ter
o jogo de volta. Se formos tratados com paus e pedras, não tem
por que mudar isso aqui", falou.
A Folha falou com Raimundo
Queiroz, presidente do Goiás, que
foi eliminado pelo Estudiantes
nas oitavas-de-final e sentiu a força do alçapão dos argentinos com
o revés de 2 a 0. "O gramado é
ruim, e as dimensões são pequenas. Não é um estádio bonito, mas
a recepção dos argentinos foi normal", lembrou ele. A queixa se limitou à arbitragem -dois atletas
de seu time foram expulsos.
O lateral-esquerdo Júnior, que é
pardo, tentou amenizar o clima
tenso do jogo. Disse que o fato de
o argentino Desábato, do Quilmes, ter sido preso no gramado
do Morumbi em 2005, em jogo de
volta pela primeira fase da Libertadores, sob acusação de ofensas
raciais ao ex-são-paulino Grafite
não deve influenciar.
Mas ele admitiu que será um
dos alvos preferidos dos torcedores hoje. "Jogo perto da lateral, e o
que mais me chamam é de filho
da p... Gritam o tempo todo e tentam tirar a concentração."
Sobre o time, o técnico Muricy
Ramalho viajou sem ter os titulares definidos. Com Aloísio como
dúvida, Leandro suspenso e Thiago machucado, a entrada de Alex
Dias é quase certa. "Nunca joguei
na Argentina. Já enfrentei argentinos quando atuava na França,
mas será a primeira vez no país."
Na chegada a Buenos Aires, o
São Paulo não enfrentou pressão
e fez um treino no local do jogo. A
única reclamação de Muricy foi
do campo: "Muito esburacado".
Enquanto os atletas treinavam,
cartolas são-paulinos se reuniram
com os do Quilmes. Na conversa,
foi levantada a possibilidade da
realização de uma "partida de reconciliação" entre os clubes.
NA TV - Globo, ao vivo, às
21h45
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