São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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Contra Estudiantes, na Argentina, Fabão diz que imita macaco se marcar, e cartola faz ameaça

À espera de provocações, São Paulo prepara revide

LUÍS FERRARI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES

O São Paulo faz hoje à noite o primeiro jogo das quartas-de-final da Libertadores, contra o Estudiantes, pronto para jogar bola e, se preciso for, também revidar as provocações dos argentinos.
"Sou da paz, mas já estou preparado. Joguei na Espanha [Betis] e era assim. Era chamado de mono [macaco, em espanhol]. Se eu fizer um gol, aí eu provoco também. Vou comemorar imitando um macaco. Quem tem que garantir o jogo não sou eu", afirmou o zagueiro Fabão, em referência ao trio de arbitragem.
Para a partida das 21h45, no acanhado estádio Centenario, em Quilmes, Fabão descortinou o tradicional discurso oficial. Ele disse esperar provocação dos torcedores argentinos pelo fato de ser negro e falou que o juiz Rubén Selman, do Chile, vai ter de ser rigoroso para saber levar a partida sem grandes incidentes.
Segundo o zagueiro, que esteve no empate do ano passado entre Quilmes e São Paulo por 2 a 2, a equipe tem que se impor e contar com a imparcialidade do árbitro, o mesmo que atuou na derrota por 2 a 1 para o Chivas, no México. "Não podemos jogar só na defesa. O estádio é pequeno, e se eles se empolgam fica mais complicado. O juiz tem que ser rigoroso."
O ex-presidente Marcelo Portugal Gouvêa, que vai acompanhar a delegação, também manifestou preocupação pelo local da partida. E deu um aviso. "Lá é sempre assim pela rivalidade. Mas vai ter o jogo de volta. Se formos tratados com paus e pedras, não tem por que mudar isso aqui", falou.
A Folha falou com Raimundo Queiroz, presidente do Goiás, que foi eliminado pelo Estudiantes nas oitavas-de-final e sentiu a força do alçapão dos argentinos com o revés de 2 a 0. "O gramado é ruim, e as dimensões são pequenas. Não é um estádio bonito, mas a recepção dos argentinos foi normal", lembrou ele. A queixa se limitou à arbitragem -dois atletas de seu time foram expulsos.
O lateral-esquerdo Júnior, que é pardo, tentou amenizar o clima tenso do jogo. Disse que o fato de o argentino Desábato, do Quilmes, ter sido preso no gramado do Morumbi em 2005, em jogo de volta pela primeira fase da Libertadores, sob acusação de ofensas raciais ao ex-são-paulino Grafite não deve influenciar.
Mas ele admitiu que será um dos alvos preferidos dos torcedores hoje. "Jogo perto da lateral, e o que mais me chamam é de filho da p... Gritam o tempo todo e tentam tirar a concentração."
Sobre o time, o técnico Muricy Ramalho viajou sem ter os titulares definidos. Com Aloísio como dúvida, Leandro suspenso e Thiago machucado, a entrada de Alex Dias é quase certa. "Nunca joguei na Argentina. Já enfrentei argentinos quando atuava na França, mas será a primeira vez no país."
Na chegada a Buenos Aires, o São Paulo não enfrentou pressão e fez um treino no local do jogo. A única reclamação de Muricy foi do campo: "Muito esburacado".
Enquanto os atletas treinavam, cartolas são-paulinos se reuniram com os do Quilmes. Na conversa, foi levantada a possibilidade da realização de uma "partida de reconciliação" entre os clubes.


NA TV - Globo, ao vivo, às 21h45


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