São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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TÊNIS

Perto de igualar lendas como Borg e Villas, espanhol, 19, despreza números e treina vendo vídeos de líder do ranking

Nadal ronda recordes e espiona Federer

Patrick Hertzog/France Presse
Rafael Nadal, que em cinco confrontos com Roger Federer venceu quatro, deixa quadra em Roma depois de derrotar Carlos Moyá


TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Cravar dois importantes recordes na história do tênis não seduz o espanhol Rafael Nadal, 19.
Bater Roger Federer, 24, sim.
Número 2 do mundo e invicto nas quadras de saibro há 48 jogos -um a mais que o mito sueco Bjorn Borg-, Nadal estreou no Masters Series de Roma, ontem, mostrando que é o favorito ao bicampeonato na competição: venceu o compatriota e amigo Carlos Moyá por 2 sets a 1 (6/1, 2/6 e 6/2).
Se ganhar a torneio, Nadal igualará a maior série de triunfos em quadras de terra batida: 53, hoje em poder do argentino Guillermo Villas desde 1977.
Com a taça, Nadal chegaria ao seu 16º título de simples, igualando o recorde de precocidade de Borg, também 16 vezes campeão antes de completar 20 anos.
Mas o tenista decerto não pensa nisso quando treina -porque está, então, vendo vídeos de Federer, o número 1 do ranking.
Por conselho de seu tio e técnico, Toni Nadal, o espanhol tem feito extensivas análises de jogos do suíço. Tudo para compreender as virtudes alheias e neutralizá-las, especialmente nas subidas à rede, ponto forte de Federer.
Esforço exagerado, dadas as declarações do suíço, que considera Nadal praticamente imbatível nas quadras de saibro na atualidade.
O espanhol despista. Diz que o discurso é uma tentativa de se empurrar a responsabilidade. "Ele [Federer] nunca vai ficar satisfeito só em jogar a final. Cada um transfere a pressão como sabe."
"Para mim, Federer continua o melhor tenista do circuito. Ele é o favorito em Roma e também em Paris", disse Nadal, apontado por especialistas como o jogador a ser batido em Roland Garros.
Federer, que também venceu na estréia em Roma -atropelou Juan Ignacio Chela, com parciais de 6/2 e 6/1-, já aumentou seus cuidados com Nadal. Tanto que comemorou o fato de seu técnico, Tony Roche, ser canhoto.
Assim, ambos conseguem simular com mais exatidão os precisos golpes de Nadal que, embora ambidestro, tem na sua esquerda uma de suas armas mais letais.
"Gosto de enfrentar canhotos. Mas isso ocorre a cada 10 ou 20 partidas, o que não me ajuda quando jogo contra Nadal", falou Federer, que perdeu quatro dos cinco confrontos para o espanhol.
Ambos medem 1,85 m, mas Nadal pesa cinco quilos a mais (85 kg a 80 kg), quase tudo em forma de músculos. Um dos mais fortes do circuito, ele às vezes exagera ao gastar suas energias. Tanto que sofreu lesão no pé esquerdo em 2005. Ficou quatro meses parado.
Nada, porém, que tirasse o tenista espanhol do caminho das vitórias. E Federer de sua mente.
"Não ligo muito para os números. Quero viver cada jogo. Bater Federer é mais do que especial."

NA TV - Masters Series de Roma, no Sportv 2, a partir das 8h


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