São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

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Seleção feminina pega time amador em Pré-Olímpico

Basquete estréia em competição contra Fiji, país sem liga profissional e que perdeu ontem para Espanha por 113 a 42

Ilha, que chegou ao torneio quase por acaso, aposta em jogadoras que atuam nos EUA, e técnico pede bênção para o país em confronto

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina estréia hoje no Pré-Olímpico Mundial de Madri contra um rival que era desconhecido até ontem.
O Brasil inicia a caminhada em busca de uma vaga nos Jogos de Pequim, daqui dois meses, contra Fiji, às 12h15.
Estreante em competições de caráter mundial da Federação Internacional de Basquete, Fiji mostrou ontem o que pode fazer na capital espanhola: muito pouco, quase nada.
Contra a Espanha, as fijianas chegaram a estar perdendo por 60 a 12 no intervalo -o jogo terminou 113 a 42. Diante da fragilidade do rival, o técnico Evaristo Perez, fez revezamento radical -só Palau e Abalde atuaram mais de 20 minutos.
Fiji, no último quarto, conseguiu ao menos marcar 20 pontos, quase metade do que produziu durante todo a partida.
"Vou tirar quem joga mais e dar mais espaço para quem joga menos", explica o técnico Paulo Bassul, que não pretende poupar ninguém do confronto.
"Não gosto de preservar jogadoras temendo lesões. Isso pode acontecer em qualquer momento, inclusive durante um treinamento", justifica ele, que foi ontem assistir à rival.
A pequena ilha -caberiam quase 466 Fijis no território nacional- chegou ao Pré-Olímpico quase por acaso.
O time foi beneficiado pelo fato de a Austrália ter garantido vaga em Pequim por ter sido campeã mundial. Já a Nova Zelândia se classificou como vencedora da seletiva da Oceania.
Como vice continental, o time chegou ao classificatório mundial. No ranking da Fiba, Fiji ocupa o 58º posto -há 69 países ranqueados. E, por azar, caiu exatamente no grupo das equipes mais bem classificadas: Brasil (4º) e Espanha (5º).
"O basquete é jogado em nível amador em Fiji, com os clubes competindo em torneio regionais. No entanto, nos últimos anos, algumas jogadoras têm atuado no universitário dos EUA", contou à Folha Atma Maharaj, secretário-geral do comitê olímpico de Fiji.
Duas delas estão em ação na Espanha: Mikaelar Whippy, filha do técnico da seleção, Mike Whippy, e Valerie Nainima.
"Nunca atingimos esse nível antes. Se há outro azarão neste torneio, nós somos ainda mais azarões", aponta o treinador.
"Contra o Brasil tentaremos fazer o melhor que pudermos na quadra, no jogo cinco contra cinco", acrescentou Mike.
Pelo que mostrou ontem, o time não dará trabalho algum.
Na defesa, as fijianas freqüentemente se atrapalhavam no posicionamento, deixando espanholas livres para fazerem bandejas -Valdemoro tornou-se cestinha do campeonato com os 24 pontos de ontem.
No ataque, o time não executava a jogada básica de bloquear a marcadora, quando enfrentava uma defesa individual.
"Não temos idéia do que nos espera. Mas seja lá o que acontecer, será uma experiência que ficará na nossa memória. Deus abençoe Fiji", pede Mike.


NA TV - Brasil x Fiji
ESPN Brasil, Sportv 2 e TV Esporte Interativo, ao vivo, às 12h15



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