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Seleção feminina pega time amador em Pré-Olímpico
Basquete estréia em competição contra Fiji, país sem liga profissional e que perdeu ontem para Espanha por 113 a 42
Ilha, que chegou ao torneio quase por acaso, aposta em
jogadoras que atuam nos EUA, e técnico pede bênção
para o país em confronto
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção feminina estréia
hoje no Pré-Olímpico Mundial
de Madri contra um rival que
era desconhecido até ontem.
O Brasil inicia a caminhada
em busca de uma vaga nos Jogos de Pequim, daqui dois meses, contra Fiji, às 12h15.
Estreante em competições
de caráter mundial da Federação Internacional de Basquete,
Fiji mostrou ontem o que pode
fazer na capital espanhola:
muito pouco, quase nada.
Contra a Espanha, as fijianas
chegaram a estar perdendo por
60 a 12 no intervalo -o jogo
terminou 113 a 42. Diante da
fragilidade do rival, o técnico
Evaristo Perez, fez revezamento radical -só Palau e Abalde
atuaram mais de 20 minutos.
Fiji, no último quarto, conseguiu ao menos marcar 20 pontos, quase metade do que produziu durante todo a partida.
"Vou tirar quem joga mais e
dar mais espaço para quem joga
menos", explica o técnico Paulo
Bassul, que não pretende poupar ninguém do confronto.
"Não gosto de preservar jogadoras temendo lesões. Isso pode acontecer em qualquer momento, inclusive durante um
treinamento", justifica ele, que
foi ontem assistir à rival.
A pequena ilha -caberiam
quase 466 Fijis no território
nacional- chegou ao Pré-Olímpico quase por acaso.
O time foi beneficiado pelo
fato de a Austrália ter garantido
vaga em Pequim por ter sido
campeã mundial. Já a Nova Zelândia se classificou como vencedora da seletiva da Oceania.
Como vice continental, o time chegou ao classificatório
mundial. No ranking da Fiba,
Fiji ocupa o 58º posto -há 69
países ranqueados. E, por azar,
caiu exatamente no grupo das
equipes mais bem classificadas:
Brasil (4º) e Espanha (5º).
"O basquete é jogado em nível amador em Fiji, com os clubes competindo em torneio regionais. No entanto, nos últimos anos, algumas jogadoras
têm atuado no universitário
dos EUA", contou à Folha Atma Maharaj, secretário-geral
do comitê olímpico de Fiji.
Duas delas estão em ação na
Espanha: Mikaelar Whippy, filha do técnico da seleção, Mike
Whippy, e Valerie Nainima.
"Nunca atingimos esse nível
antes. Se há outro azarão neste
torneio, nós somos ainda mais
azarões", aponta o treinador.
"Contra o Brasil tentaremos
fazer o melhor que pudermos
na quadra, no jogo cinco contra
cinco", acrescentou Mike.
Pelo que mostrou ontem, o
time não dará trabalho algum.
Na defesa, as fijianas freqüentemente se atrapalhavam
no posicionamento, deixando
espanholas livres para fazerem
bandejas -Valdemoro tornou-se cestinha do campeonato
com os 24 pontos de ontem.
No ataque, o time não executava a jogada básica de bloquear a marcadora, quando enfrentava uma defesa individual.
"Não temos idéia do que nos
espera. Mas seja lá o que acontecer, será uma experiência
que ficará na nossa memória.
Deus abençoe Fiji", pede Mike.
NA TV - Brasil x Fiji
ESPN Brasil, Sportv 2 e TV Esporte
Interativo, ao vivo, às 12h15
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