São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

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TÊNIS

Nem um "a"


Federer mudou a regra da torcida contra; não há quem desmereça, ignore, rejeite ou não admita sua conquista

RÉGIS ANDAKU
DA REPORTAGEM LOCAL

D IAS ATRÁS , Rafael Nadal, campeão das últimas edições de Roland Garros, falou assim: "Agora [que estou fora], só pode ser ele [o campeão]. Se tem alguém que merece, é Roger".
Na véspera da final, Andre Agassi, último a fechar o Grand Slam, disse: "Significará muito para ele. E mudará sua vida. Mudou minha carreira e, por consequência, a minha vida".
No domingo, milhões de pessoas esperavam só o match point para ver como Roger Federer festejaria a conquista do único grande torneio que lhe faltava, o Aberto da França.
Robin Sorderling aceitou com naturalidade o fim do próprio sonho.
"Você me deu uma aula. E, para mim, você é o melhor de todos os tempos", disse, olhando Federer.
Em seguida, Pete Sampras e Rod Laver, dois dos melhores de todos os tempos, mostraram o cavalheirismo que sempre tiveram, antecipando a discussão: "Roger é o melhor de todos", diriam eles, "rivais" de Federer ao posto de maior imortal.
Ivan Lendl, outra lenda, disse: "Não é culpa de Roger o fato de Laver não ter disputado mais Grand Slams". Do outro lado do mundo, Jim Courier, ex-número um, diria que a conquista do título por Federer teve um quê de "poético". Billie Jean King, uma das melhores mulheres tenistas, disse que "Roger é um campeão para todas as idades".
Federer mudou regra básica do esporte: a da torcida contra, da crítica, ou pelo menos de uma pequena ou discreta torcida contra o favorito.
No domingo, não havia quem desmerecesse, ignorasse, rejeitasse ou não admitisse Federer.
Dos rivais, tem respeito incomparável. Trata todos com educação, não se vê um falando mal. Da mídia, não se ouve críticas. Dos torcedores, nada contra, só o reconhecimento de que é um sujeito talentoso, disciplinado e honesto fazendo história.
Raras vezes na história o esporte teve ídolos desse calibre. Físico, técnica, talento, educação, carisma, caráter, esportividade, disciplina, garra, sorte, títulos variados, classe, supremacia, com um mix disso se tem um campeão. Mas tudo isso junto, até hoje, só vi em Roger Federer.

AINDA EM PARIS
Dinara Safina deu adeus a seu primeiro Grand Slam numa dupla falta. O olhar desolado para a técnica no instante seguinte e o choro incontido dizem o quanto a número um é ainda uma garota frágil.

PELO BRASIL
Leonardo Kirche ganhou o Future de Fortaleza. Nesta semana, rola o Future de Araguari, em MG.

COPA UNIMED
Rodrigo Schaefer (18 anos), Higor Silva e Marcela Valle (16), Marcos Bernardes e Alory Pereira (14), André Ponce e Ana Carolina Batista (12) levaram a taça da terceira etapa, no Praia Clube de Uberlândia.

reandaku@uol.com.br


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