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"Projeto" uzbeque leva Scolari
Após fracassar no Chelsea, treinador aceita trabalhar na Ásia em país de pouca tradição no futebol
Técnico vai dirigir o time
de Rivaldo, que é bancado por magnata do petróleo
e que sonha dominar seu continente e jogar Mundial
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico Luiz Felipe Scolari
entrou definitivamente para a
história do futebol na Ásia ao
comandar a seleção brasileira
ao pentacampeonato mundial
em 2002. Passados sete anos,
ele decidiu voltar à Ásia, mas,
em uma guinada na carreira,
vai trabalhar no Uzbequistão.
O treinador assinou ontem
um contrato de 18 meses com o
Bunyodkor, time que lidera o
campeonato do país e que tem
investido em vários profissionais brasileiros. A equipe tem
como sua estrela maior Rivaldo, destaque na campanha do
penta com Scolari. Além dele,
outros três brasileiros, de pouco nome, estão no time: Luizão,
Edson Ramos e João Victor.
Scolari, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que
aceitou treinar um time de um
país sem tradição no futebol
principalmente por ""aquilo que
foi oferecido de projeto".
""A ideia do presidente da
equipe [Isok Akbarov], a forma
como fui recebido pelas pessoas nas duas vezes em que estive no Uzbequistão. O projeto
do estádio, para março do ano
que vem, totalmente completo,
sete campos de treinamento. A
forma como o clube está enfocando uma nova realidade futebolística no Uzbequistão", explicou Scolari sobre a escolha.
Após fracassar no comando
do Chelsea, sendo demitido
apenas sete meses depois de assumir o poderoso clube inglês,
Scolari teve poucas sondagens
para treinar times de ponta na
Europa -um seria a Juventus.
Seu nome foi mais especulado
em outros continentes, como a
África (seleção de Angola) e a
Ásia (seleção do Uzbequistão).
No Uzbequistão, mais especialmente no Bunyodkor, o dinheiro tem atraído alguns nomes de peso do futebol. Zico dirigiu a equipe, que tem apenas
dois títulos em sua história
-venceu o campeonato e a copa de seu país no ano passado.
O clube, fundado em 2005
por empresários do ramo petrolífero, está nas quartas de final da Copa dos Campeões da
Ásia e sonha disputar o Mundial de Clubes ainda neste ano.
""Assimila-se a alguns projetos com que já trabalhei e que
são muito interessantes para
mim. Alguém precisa iniciar de
uma forma diferente para, daqui a quatro, cinco ou dez anos,
o Uzbequistão estar disputando em igualdade de condições
com outras grandes seleções
uma classificação para todos os
campeonatos", falou Scolari.
O auxiliar Flávio Murtosa, o
preparador físico Darlan
Schneider e o treinador de goleiros Carlos Pracidelli, antigos
parceiros de Scolari, irão acompanhar o técnico na Ásia.
O Bunyodkor ficou conhecido internacionalmente, primeiro, por anunciar a contratação de Eto'o, mas o camaronês
preferiu não sair do Barcelona.
Os altos salários são o atrativo
maior do time do Uzbequistão
-Rivaldo, por exemplo, ganharia US$ 7 milhões por ano.
Scolari trabalhou seis anos e
meio na Europa, somados seleção de Portugal e o Chelsea. E
planeja voltar para o Brasil.
""Passei 13 anos fora do Brasil
e, como minha carreira já está
em uma fase final, imagino trabalhar mais quatro ou cinco
anos [fora]. Provavelmente, tenha a grande oportunidade,
quem sabe, de voltar em 2010
ou 2011 a trabalhar numa equipe brasileira e pensar em situação de permanência no país."
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