São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

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"Projeto" uzbeque leva Scolari

Após fracassar no Chelsea, treinador aceita trabalhar na Ásia em país de pouca tradição no futebol

Técnico vai dirigir o time de Rivaldo, que é bancado por magnata do petróleo e que sonha dominar seu continente e jogar Mundial


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Luiz Felipe Scolari entrou definitivamente para a história do futebol na Ásia ao comandar a seleção brasileira ao pentacampeonato mundial em 2002. Passados sete anos, ele decidiu voltar à Ásia, mas, em uma guinada na carreira, vai trabalhar no Uzbequistão.
O treinador assinou ontem um contrato de 18 meses com o Bunyodkor, time que lidera o campeonato do país e que tem investido em vários profissionais brasileiros. A equipe tem como sua estrela maior Rivaldo, destaque na campanha do penta com Scolari. Além dele, outros três brasileiros, de pouco nome, estão no time: Luizão, Edson Ramos e João Victor.
Scolari, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que aceitou treinar um time de um país sem tradição no futebol principalmente por ""aquilo que foi oferecido de projeto".
""A ideia do presidente da equipe [Isok Akbarov], a forma como fui recebido pelas pessoas nas duas vezes em que estive no Uzbequistão. O projeto do estádio, para março do ano que vem, totalmente completo, sete campos de treinamento. A forma como o clube está enfocando uma nova realidade futebolística no Uzbequistão", explicou Scolari sobre a escolha.
Após fracassar no comando do Chelsea, sendo demitido apenas sete meses depois de assumir o poderoso clube inglês, Scolari teve poucas sondagens para treinar times de ponta na Europa -um seria a Juventus. Seu nome foi mais especulado em outros continentes, como a África (seleção de Angola) e a Ásia (seleção do Uzbequistão).
No Uzbequistão, mais especialmente no Bunyodkor, o dinheiro tem atraído alguns nomes de peso do futebol. Zico dirigiu a equipe, que tem apenas dois títulos em sua história -venceu o campeonato e a copa de seu país no ano passado.
O clube, fundado em 2005 por empresários do ramo petrolífero, está nas quartas de final da Copa dos Campeões da Ásia e sonha disputar o Mundial de Clubes ainda neste ano.
""Assimila-se a alguns projetos com que já trabalhei e que são muito interessantes para mim. Alguém precisa iniciar de uma forma diferente para, daqui a quatro, cinco ou dez anos, o Uzbequistão estar disputando em igualdade de condições com outras grandes seleções uma classificação para todos os campeonatos", falou Scolari.
O auxiliar Flávio Murtosa, o preparador físico Darlan Schneider e o treinador de goleiros Carlos Pracidelli, antigos parceiros de Scolari, irão acompanhar o técnico na Ásia.
O Bunyodkor ficou conhecido internacionalmente, primeiro, por anunciar a contratação de Eto'o, mas o camaronês preferiu não sair do Barcelona. Os altos salários são o atrativo maior do time do Uzbequistão -Rivaldo, por exemplo, ganharia US$ 7 milhões por ano.
Scolari trabalhou seis anos e meio na Europa, somados seleção de Portugal e o Chelsea. E planeja voltar para o Brasil.
""Passei 13 anos fora do Brasil e, como minha carreira já está em uma fase final, imagino trabalhar mais quatro ou cinco anos [fora]. Provavelmente, tenha a grande oportunidade, quem sabe, de voltar em 2010 ou 2011 a trabalhar numa equipe brasileira e pensar em situação de permanência no país."


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