São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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FUTEBOL
Após conquistar o Paulista explorando jogadas de bola parada, São Paulo perde título inédito da mesma forma
Faltas decidem título da Copa do Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Por meio de uma cobrança de falta, no último minuto do jogo, o Cruzeiro conseguiu virar o placar e conquistar o título da Copa do Brasil, ontem à tarde, no Mineirão. O São Paulo havia aberto o placar da partida também de falta.
Após conquistar o título do último Paulista sobre o Santos explorando justamente as jogadas de bola parada, o São Paulo acabou levando a pior desta vez.
O atacante Geovanni foi o autor do gol que deu o tricampeonato ao Cruzeiro, aos 45min do segundo tempo, cobrando uma falta que ele mesmo havia sofrido, após ser puxado por Rogério Pinheiro quando ia livre rumo ao gol. O são-paulino foi expulso.
Como prometera o técnico Marco Aurélio, o Cruzeiro iniciou o jogo de ontem na ofensiva, tentando pressionar o São Paulo, embalado pela torcida mineira, que havia recebido 35 mil apitos na entrada do estádio.
O São Paulo, com uma novidade em sua escalação -Edu entrou no lugar do atacante Sandro Hiroshi-, tentava explorar os contra-ataques rápidos.
O Cruzeiro levava perigo à defesa são-paulina principalmente nas jogadas de Jackson e Ricardinho com Oséas e Geovanni.
Percebendo o risco que corria, o São Paulo não demorou para reforçar ainda mais a marcação, levando o jogo a ficar concentrado no meio-campo a partir dos 10min do primeiro tempo.
Como a partida se mostrava violenta, com quatro cartões amarelos em apenas 18 minutos, o São Paulo passou a apostar nas bolas paradas para tentar chegar ao gol. Aos 20min, cobrando falta da direita, Marcelinho deu um susto no goleiro André, do Cruzeiro. Logo em seguida, cabeceando uma bola de escanteio, Rogério Pinheiro repetiu a dose.
O Cruzeiro respondeu, também em dose dupla, na sequência. Oséas por pouco não abriu o placar em um ataque rápido. Na defesa, o goleiro Rogério se chocou com o zagueiro Edmílson e os dois discutiram em campo, enquanto Geovanni desperdiçava a segunda chance consecutiva.
A melhor chance cruzeirense na partida, no entanto, viria com um chute de Jackson da pequena área, pouco à frente do goleiro Rogério, que desviou a bola com o pé direito. A bola bateu na trave e voltou para Ricardinho, que estava desequilibrado e, mesmo com o gol vazio à sua frente, acabou chutando para o alto.
Sem se intimidar, o São Paulo procurou se impor também ofensivamente, utilizando Raí como seu terceiro atacante.
Invertendo os papéis no segundo tempo, os são-paulinos passaram a tomar a iniciativa do jogo, enquanto os cruzeirenses exploravam os contra-ataques. Ambos não se descuidavam da defesa.
O Cruzeiro quase superou a defesa adversária aos 17min, em ataque puxado por Jackson, que viu Marcos Paulo vindo de trás, em velocidade, e tocou a bola para ele. Bem posicionado, Rogério espalmou o chute forte do volante.
Em uma falta à direita da entrada da área, aos 21min, Marcelinho abriu o placar para o São Paulo, cobrando com um chute de efeito. A bola fez uma curva, sem que cruzeirenses e são-paulinos conseguissem interceptá-la, e entrou perto da trave direita do goleiro André, que caía pela esquerda.
No momento do gol, Muller havia acabado de entrar em campo, substituindo Jackson.
Diante da necessidade de fazer dois gols para chegar ao título, o técnico Marco Aurélio optou por tirar o lateral Rodrigo para a entrada do atacante Fábio Júnior. Em seguida, sacou o lateral Sorín para a entrada do meia Viveros.
A alteração tática do técnico Marco Aurélio surtiu efeito. Fábio Júnior, após receber de Muller na área, empatou. Faltavam dez minutos para terminar a partida.
Levir Culpi, treinador são-paulino, adotou, então, a tática inversa, substituindo o atacante Edu pelo meia defensivo Fabiano. Em seguida, saiu Alexandre para a entrada de Axel.
Geovanni teve chance de virar o placar aos 42min, quando ia sozinho rumo ao gol, após superar Rogério Pinheiro, mas foi derrubado. Na cobrança da falta frontal, chutou entre as pernas dos jogadores da barreira do São Paulo.
O São Paulo teve chance de empatar logo em seguida, mas Cléber tirou a bola da linha de gol após rebatida do goleiro André.


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