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BASQUETE
Agente do jogador diz que time da NBA pode decidir não liberá-lo
Nenê se vê sob ameaça de ficar fora do Mundial
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Escolhido em sétimo lugar no
último draft (seleção de novatos)
da NBA, o ala-pivô Nenê, 19, ainda não sabe se poderá disputar o
Mundial de Indianápolis pela seleção brasileira. A competição vai
de 29 de agosto a 8 de setembro.
Ontem, em teleconferência promovida pela direção da liga, o
agente do jogador, José Santos,
afirmou que o atleta pode ficar
treinando no Denver Nuggets,
seu time, no período do Mundial.
O ala-pivô ainda não resolveu
sua pendência contratual com o
Vasco, clube com o qual tinha
contrato até o final de 2003. Nenê
viajou, às escondidas, para os
EUA no final de março. Lá participou de treinamentos e foi observado por olheiros da NBA.
Escolhido pelo New York
Knicks no draft, no final de junho,
o brasileiro entrou em uma negociação na qual o clube de Nova
York cedeu ainda ao Denver o
ala-pivô Marcus Camby e o armador Mark Jackson em troca do ala
Antonio McDyess e do armador
novato Frank Williams (25ª escolha do sorteio universitário).
"O Nenê não está certo na seleção brasileira. Quando o Denver
resolver os problemas de contrato
dele, o Nenê poderá voltar ao Brasil. O Denver é o novo patrão dele.
Se o clube pedir para ele treinar
em agosto nos EUA, ele ficará fora
[do Mundial"", afirmou Santos.
"Mas acho que o Denver quer
que Nenê jogue pelo Brasil. Tenho
a impressão de que ele já estará
com o grupo no Torneio de Istambul [competição amistosa, de
31 de julho a 4 de agosto"", completou o agente, tentando amenizar o que dissera anteriormente.
Além de Brasil e Turquia, o torneio terá a participação de mais
seis seleções que estarão no Mundial: Angola, Argélia, Argentina,
Canadá, China e Iugoslávia.
O imbróglio jurídico entre Vasco e Denver será resolvido pela Fiba (Federação Internacional de
Basquete). A entidade deve, no final do mês, divulgar o valor da
rescisão contratual do jogador.
"Uma coisa não tem nada a ver
com a outra. O fato de o Nenê ter
problemas contratuais não o impede de representar a seleção brasileira", afirmou Luiz Ferreira, diretor de basquete do Vasco.
O próprio ala-pivô, que já foi
convocado pelo técnico Hélio Rubens, ficou surpreso com as declarações de seu empresário.
"O Denver é meu novo chefe.
Mas quero fazer o possível para
jogar o Mundial", afirmou ele.
A NBA permite, no máximo,
que cada equipe desembolse US$
350 mil pela liberação de um jogador. Caso o valor estipulado pela
Fiba supere essa cifra, Nenê poderá negociar o pagamento ao clube
com parcelas de seu salário.
Principal aposta da seleção brasileira no Mundial, Nenê está sem
jogar uma competição há quatro
meses, desde que deixou o clube
carioca. "Treinei forte, antes do
draft, em jogos com alguns atletas
que enfrentarei na NBA. Mas a última partida para valer foi no Nacional [em março]", contou Nenê.
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