São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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BASQUETE

Agente do jogador diz que time da NBA pode decidir não liberá-lo

Nenê se vê sob ameaça de ficar fora do Mundial

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Escolhido em sétimo lugar no último draft (seleção de novatos) da NBA, o ala-pivô Nenê, 19, ainda não sabe se poderá disputar o Mundial de Indianápolis pela seleção brasileira. A competição vai de 29 de agosto a 8 de setembro.
Ontem, em teleconferência promovida pela direção da liga, o agente do jogador, José Santos, afirmou que o atleta pode ficar treinando no Denver Nuggets, seu time, no período do Mundial.
O ala-pivô ainda não resolveu sua pendência contratual com o Vasco, clube com o qual tinha contrato até o final de 2003. Nenê viajou, às escondidas, para os EUA no final de março. Lá participou de treinamentos e foi observado por olheiros da NBA.
Escolhido pelo New York Knicks no draft, no final de junho, o brasileiro entrou em uma negociação na qual o clube de Nova York cedeu ainda ao Denver o ala-pivô Marcus Camby e o armador Mark Jackson em troca do ala Antonio McDyess e do armador novato Frank Williams (25ª escolha do sorteio universitário).
"O Nenê não está certo na seleção brasileira. Quando o Denver resolver os problemas de contrato dele, o Nenê poderá voltar ao Brasil. O Denver é o novo patrão dele. Se o clube pedir para ele treinar em agosto nos EUA, ele ficará fora [do Mundial"", afirmou Santos.
"Mas acho que o Denver quer que Nenê jogue pelo Brasil. Tenho a impressão de que ele já estará com o grupo no Torneio de Istambul [competição amistosa, de 31 de julho a 4 de agosto"", completou o agente, tentando amenizar o que dissera anteriormente.
Além de Brasil e Turquia, o torneio terá a participação de mais seis seleções que estarão no Mundial: Angola, Argélia, Argentina, Canadá, China e Iugoslávia.
O imbróglio jurídico entre Vasco e Denver será resolvido pela Fiba (Federação Internacional de Basquete). A entidade deve, no final do mês, divulgar o valor da rescisão contratual do jogador.
"Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O fato de o Nenê ter problemas contratuais não o impede de representar a seleção brasileira", afirmou Luiz Ferreira, diretor de basquete do Vasco.
O próprio ala-pivô, que já foi convocado pelo técnico Hélio Rubens, ficou surpreso com as declarações de seu empresário.
"O Denver é meu novo chefe. Mas quero fazer o possível para jogar o Mundial", afirmou ele.
A NBA permite, no máximo, que cada equipe desembolse US$ 350 mil pela liberação de um jogador. Caso o valor estipulado pela Fiba supere essa cifra, Nenê poderá negociar o pagamento ao clube com parcelas de seu salário.
Principal aposta da seleção brasileira no Mundial, Nenê está sem jogar uma competição há quatro meses, desde que deixou o clube carioca. "Treinei forte, antes do draft, em jogos com alguns atletas que enfrentarei na NBA. Mas a última partida para valer foi no Nacional [em março]", contou Nenê.


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