São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009

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Com Muricy, Palmeiras busca 3ª via

Sem técnico há duas semanas, clube quarto colocado no Brasileiro espera hoje resposta do ex-comandante são-paulino

Alvo palmeirense é visto como um meio-termo entre Scolari e Luxemburgo, os treinadores mais vitoriosos do time nas últimas décadas

Fernando Santos/Folha Imagem
Wendel, titular da lateral direita no domingo
contra o Náutico, durante treino no CT do clube


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem tão "família" quanto Felipão, nem tão "manager" quanto Luxemburgo.
O Muricy Ramalho que o Palmeiras espera anunciar hoje é o meio-termo dos estilos dos únicos técnicos que vingaram no clube nos últimos 30 anos.
De acordo com o vice-presidente Gilberto Cipullo, que negocia com o treinador, a resposta do ex-comandante do São Paulo deverá sair até hoje.
O contrato valeria até o final de 2010. As discordâncias são em relação aos valores -o Palmeiras ofereceu salário menor que o pretendido pelo técnico, mas procura compensar com bônus maiores por conquistas.
Um esforço do clube por um perfil vencedor, mas diferente daqueles com que se habituou.
Demitido do São Paulo há três semanas, Muricy nunca fez o estilo "paizão". Sempre deixou claro que não gosta de frequentar festas de aniversário ou churrascos de jogadores.
Seu relacionamento com o elenco tem sempre como foco as estratégias de jogo. Só.
Luiz Felipe Scolari, que dirigiu o Palmeiras de 1997 a 2000, carrega a fama da "família Scolari" por onde passa. Tentou formá-la até mesmo no Chelsea, da Inglaterra, mas falhou.
O Palmeiras também se deu bem com a filosofia de Vanderlei Luxemburgo -gosta de conciliar a função de técnico com a administração do futebol.
Na sua quarta passagem pelo clube, que acabou em 26 de junho, o treinador contou com a parceria da Traffic, que levou para o time peças-chave, como Diego Souza e Keirrison.
Na primeira vez em que dirigiu o clube, o técnico teve o suporte da Parmalat, período no qual o time foi bicampeão estadual e nacional (1993 e 94).
No São Paulo, até pela rejeição a parceiros externos, Muricy trabalhou à moda antiga. Indicava alguns nomes e, quando possível, era atendido.
"Essa história de negociação não é comigo, é com a diretoria", declarou o treinador, no ano passado, quando se sagrou tricampeão brasileiro.
Se fechar com a nova casa, Muricy chegará com a responsabilidade de encerrar uma marca de mais de 30 anos.
Desde 1976, quando o ex-volante Dudu era o treinador do Palmeiras no título estadual, apenas dois nomes quebraram a hegemonia Felipão/Luxemburgo, mesmo que com títulos de menor expressão.
Jair Picerni foi campeão da Série B em 2003. Flávio Teixeira, o Murtosa, auxiliar de Scolari, ganhou a extinta Copa dos Campeões em 2000, torneio que naquela ocasião concedia vaga para a Libertadores.
Scolari ganhou Libertadores (1999), Copa do Brasil e Mercosul (ambas em 1998) e Rio-São Paulo (2000). Luxemburgo, fora os títulos da década de 90, ganhou o Paulista de 2008.


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