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Longe do Brasil, Iziane gera polêmica
Convocação da ala, que atua nos EUA e diz não ter nada a declarar sobre seleção, foi solicitada pela diretora Hortência
Discussão com o técnico Paulo Bassul, em partida do Pré-Olímpico, provocou o corte da atleta, que não voltou a atuar pela equipe
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
A ala Iziane, 27, não confirmou o seu retorno à seleção
brasileira feminina de basquete. Pelo contrário, a jogadora
do Atlanta Dream parece ainda
distante do grupo comandado
pelo técnico Paulo Bassul.
"Não tenho nada a declarar
sobre a seleção", comentou
Iziane. Questionada sobre uma
possível volta ao país, mesmo
que para atuar em um clube,
afirmou: "Tenho contrato até
2011 com o Atlanta. Só devo
voltar neste período para férias, mas nada impede que eu
encerre a minha carreira em
um clube brasileiro".
A convocação da atleta para a
disputa da Copa América foi
um desejo de Hortência, nova
diretora do departamento feminino de basquete da confederação brasileira (CBB).
"Não chegou a ser um pedido
[da Hortência] nem uma condição para eu permanecer como técnico da seleção. Ela apenas demonstrou sua vontade
ao falar que gostaria de resgatar a Iziane. Na hora, eu concordei", explicou Bassul.
Com a esperança de contar
com a ala neste ciclo olímpico,
Hortência abriu contato com a
jogadora por telefone e por e-mail. A aproximação rendeu
elogios de Iziane à dirigente.
"É muito bom contar com a
Hortência como diretora. Ela
tem muita experiência e respeito", disse Iziane. "Acho que
faltava alguém como ela, até
porque seu nome chama atenção. Além de ser a rainha do
basquete, ela tem um certo conhecimento como administradora. Acho ideal ela ter chegado à seleção e vai trazer muitos
benefícios", analisou.
A rusga da ala com a seleção
brasileira surgiu no ano passado, no Pré-Olímpico da Espanha, quando a jogadora se recusou a entrar na partida contra a Bielorússia e foi cortada
por Paulo Bassul.
"Não tem problema trabalhar com ela. Nunca foi, ou será, uma questão pessoal. Em
dezembro, eu já tinha conversado sobre a intenção de colocar um ponto final nisso e a
gente voltar a olhar para frente", ponderou o treinador.
Iziane segue confiante no
seu potencial e não parece estar arrependida ou preocupada
com as críticas. "Estou de bem
com a vida. Lógico que temos
algo a melhorar. O problema é
que depois de uma certa idade
fica difícil mudar."
Entre as convocadas, há dois
grupos: parte apoia Iziane, enquanto as demais não querem
saber da ala. "Ela é uma das
melhores do país e temos de esquecer o que passou", argumentou a armadora Helen, 34.
Bassul, porém, não conversou com a ala sobre um possível retorno. A lista com as 24
convocadas foi passada para
Hortência, responsável pelo
contato com as atletas.
"Só depende dela. Quero que
ela amadureça e entenda a proposta da nova equipe. Não preciso agora de uma resposta. O
mesmo foi feito com as outras
jogadoras", disse Hortência.
Antes dúvida, a pivô Alessandra, 35, não deixou de lado a
ação judicial que move contra a
CBB -ela cobra uma indenização de R$ 500 mil por ter lesionado o ombro no Mundial de
2006 e descobrir que a entidade mentira sobre a existência
de um seguro-, mas confirmou a volta à seleção.
"Não falei ainda com o Bassul. A Hortência que ligou e
apresentou o projeto. Se fosse
com a gestão anterior, não retornaria", disse Alessandra,
que se apresenta em agosto.
A seleção brasileira treina
em Barueri (na Grande São
Paulo) para a Copa América,
que será disputada entre os
dias 23 e 27 de setembro, em
Cuiabá, e vale como classificatório para o Mundial.
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