Fez pouco barulho, mas uma séria pesquisa mostrou como a cerveja é benéfica aos atletas de todos os jogos

AMIGO TORCEDOR , amigo secador, como os chatos e corretos dominaram todas as galáxias, teve pouco barulho a séria pesquisa que mostrou como a cerveja é benéfica aos atletas de todos os jogos e naipes, ai incluindo boleiros, muitas vezes submetidos à palmatória moral dos fanáticos e da imprensa.
Por uma simples loira gelada e uma morena em cada perna no pagode, na boate chique ou na laje, os dedo-duros, esses invejosos onipresentes, põem suas câmeras a serviço do terrorismo ludopédico e da ditadura dos novos costumes. O estudo é sério. Cerveja ajuda na recuperação depois da prática dos esportes. A fonte é insuspeita: o CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas) da Espanha. Médicos também recomendam o consumo moderado aos praticantes de quaisquer modalidades.
Repare no título do estudo: "Idoneidade da cerveja na recuperação do metabolismo dos desportistas". Lindo. Põe idoneidade nisso, seu garçom, faz favor, que vou disputar mais uma rodada no dominó. A tese da cerveja tem a rubrica de conhecedores multidisciplinares do assunto, como o cardiologista Juan Antonio Corbalán, ex-jogador de basquete da seleção espanhola, medalha de prata em Los Angeles-84.
É pesquisa à vera, não se trata de bazófia ou lorota do Databoteco, o meu instituto de pesquisas, digressões, sofismas breacos, chutes. Óbvio que o doutor Sócrates já defendia essa tese espanhola nos anos 1980, para a distinta plateia do bar da Torre, lá no Parque São Jorge, cara a cara com a torcida alvinegra.
Sim, os peladeiros de final de semana sabem do benefício das espumas flutuantes, mas a pesquisa dá um lastro científico de responsa, uma bofetada na hipocrisia dos alcaguetes e suas câmeras digitais.
O futebol é um engradado de surpresas, como disse alguém que não me lembro. Acho que a autoria é da turma do antigo e genial Planeta Diário. Palpite. Dessa vez nem o São Google me socorreu a tempo. Que apareçam os mil autores da sentença, afinal de contas trocadilho de bêbado não tem mesmo dono. Apelou, velho cronista, mas está valendo.

Rói-rói
Para quem achava que a vuvuzela faz barulho, a torcida do Santa Cruz, por iniciativa de Inácio França, do blog do Santinha, vai iniciar amanhã, no Colosso do Arruda, uma experiência com o uso do rói-rói. Trata-se, aparentemente, de um inocente brinquedo infantil do Nordeste, mas faz uma zoada de tirar qualquer um do sossego. O rói-rói é uma caixinha cilíndrica feita de breu e barbante. O camarada gira o treco e o som é um dos mais chatos do planeta, cricri mesmo, uma orquestra de cigarras. O uso no jogo contra o Central, pela Série D, vai ser só um ensaio, ainda com uso restrito, mas se prepare, a modinha ainda vai infernizar.
Tem mais: aposto um engradado como o embate do Arruda vai dar mais público do que todas as pelejas da Série A do final de semana.

Corvo
Agradeço aos 742 secadores que enviaram mensagens de solidariedade sobre o sumiço do corvo. O Edgar segue desaparecido, mas já temos ótimas pistas. Dou notícia.

xico.folha@uol.com.br


Texto Anterior: Ação: Momento de glória
Próximo Texto: Longe do Brasil, Iziane gera polêmica
Índice