São Paulo, sábado, 10 de julho de 2010

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Espanhóis formam seu time na base

Os 23 que estão na Copa passaram por categorias menores da seleção

DOS ENVIADOS A POTCHEFSTROOM

Antes de suas estreias individuais pela seleção principal, todos os jogadores da Espanha que estão na Copa da África do Sul já sabiam como era vestir a camisa vermelha da seleção nacional.
Explica-se: os 23 jogadores escolhidos pelo técnico Vicente del Bosque tiveram passagens por equipes das categorias inferiores do país.
Todos eles atuaram pelo menos uma vez com a camisa espanhola por equipes das categorias de base -entre os 15 e os 23 anos.
E quase todos disputaram campeonatos europeus, Copas do Mundo sub-20 ou Olimpíada antes de serem chamados à seleção adulta.
É o resultado de um trabalho intenso com as divisões de base desenvolvido pela Real Federação Espanhola a partir da década de 90. O país acumulou como títulos a Olimpíada de 1992 e o Mundial sub-20, em 1999.
Foi nessa última competição que surgiram o meia Xavi e o goleiro Casillas, pilares da atual seleção espanhola.
"Foi uma experiência inesquecível sob muitos pontos de vista", contou Casillas ao jornal "El País", sobre o torneio vencido na Nigéria.
Aquele time bateu o Brasil, que tinha Ronaldinho, na fase de classificação. Também atuava naquela equipe o zagueiro Marchena, atualmente reserva com Del Bosque.
"Era uma criança. Passaram-se 11 anos e o tempo serviu para algo", lembrou ele.
Em 2001, foi a vez de Fernando Torres ser artilheiro e melhor jogador da Eurocopa sub-16, vencida por seu país.
Também o meia Iniesta teve destaque nas categorias de base espanholas -defende a Espanha desde os 16 anos. Por uma delas, disputou seu primeiro Mundial, num time sub-20, em 2003.
Há oito anos o mundo também descobria Fàbregas, artilheiro do Mundial sub-17, competição que teve os espanhóis como vice-campeões.
Atletas descobertos apenas mais velhos também tiveram oportunidades em times de novos. A equipe sub--21, que disputa campeonatos europeus, proporcionou a primeira experiência de Villa, maior destaque da Fúria na Copa-2010, com a camisa da seleção de seu país.

TIME FORMADO
A presença majoritária de atletas habituados à seleção espanhola desde a base já existia no título da Eurocopa--2008. Mas se intensificou com a saída, por exemplo, do volante Marcos Senna, brasileiro naturalizado espanhol.
A convivência dos atletas desde jovens também explica por que a atual seleção espanhola formou um time de fato, e não uma reunião de estrelas como nas épocas de Raúl e Butragueño.
"Houve seleções com grandes jogadores. Esta foi a que conseguiu ser uma equipe. Por isso, agora vivemos um momento tão doce", analisou Marchena.
(FÁBIO ZANINI E RODRIGO MATTOS)


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