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Espanhóis formam seu time na base
Os 23 que estão na Copa passaram por categorias menores da seleção
DOS ENVIADOS A POTCHEFSTROOM
Antes de suas estreias individuais pela seleção principal, todos os jogadores da Espanha que estão na Copa da
África do Sul já sabiam como
era vestir a camisa vermelha
da seleção nacional.
Explica-se: os 23 jogadores
escolhidos pelo técnico Vicente del Bosque tiveram
passagens por equipes das
categorias inferiores do país.
Todos eles atuaram pelo
menos uma vez com a camisa
espanhola por equipes das
categorias de base -entre os
15 e os 23 anos.
E quase todos disputaram
campeonatos europeus, Copas do Mundo sub-20 ou
Olimpíada antes de serem
chamados à seleção adulta.
É o resultado de um trabalho intenso com as divisões
de base desenvolvido pela
Real Federação Espanhola a
partir da década de 90. O país
acumulou como títulos a
Olimpíada de 1992 e o Mundial sub-20, em 1999.
Foi nessa última competição que surgiram o meia Xavi
e o goleiro Casillas, pilares da
atual seleção espanhola.
"Foi uma experiência inesquecível sob muitos pontos
de vista", contou Casillas ao
jornal "El País", sobre o torneio vencido na Nigéria.
Aquele time bateu o Brasil,
que tinha Ronaldinho, na fase de classificação. Também
atuava naquela equipe o zagueiro Marchena, atualmente reserva com Del Bosque.
"Era uma criança. Passaram-se 11 anos e o tempo serviu para algo", lembrou ele.
Em 2001, foi a vez de Fernando Torres ser artilheiro e
melhor jogador da Eurocopa
sub-16, vencida por seu país.
Também o meia Iniesta teve destaque nas categorias
de base espanholas -defende a Espanha desde os 16
anos. Por uma delas, disputou seu primeiro Mundial,
num time sub-20, em 2003.
Há oito anos o mundo também descobria Fàbregas, artilheiro do Mundial sub-17,
competição que teve os espanhóis como vice-campeões.
Atletas descobertos apenas mais velhos também tiveram oportunidades em times de novos. A equipe sub--21, que disputa campeonatos europeus, proporcionou
a primeira experiência de Villa, maior destaque da Fúria
na Copa-2010, com a camisa
da seleção de seu país.
TIME FORMADO
A presença majoritária de
atletas habituados à seleção
espanhola desde a base já
existia no título da Eurocopa--2008. Mas se intensificou
com a saída, por exemplo, do
volante Marcos Senna, brasileiro naturalizado espanhol.
A convivência dos atletas
desde jovens também explica por que a atual seleção espanhola formou um time de
fato, e não uma reunião de
estrelas como nas épocas de
Raúl e Butragueño.
"Houve seleções com
grandes jogadores. Esta foi a
que conseguiu ser uma equipe. Por isso, agora vivemos
um momento tão doce", analisou Marchena.
(FÁBIO ZANINI E RODRIGO MATTOS)
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