São Paulo, Sábado, 10 de Julho de 1999
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O PERSONAGEM
"Já caí muito do cavalo", diz brasileiro

do enviado a Silverstone

Rubens Barrichello abriu exceção à "lei do silêncio" decretada por ele mesmo em Silverstone.
Anteontem, ele havia declarado que não falaria sobre seu futuro na F-1, para evitar especulações. Porém ontem, após o treino livre, concedeu entrevista à imprensa brasileira, para explicar em que estágio estão suas negociações com a Ferrari.
Disse, por exemplo, que exige igualdade de condições técnicas com Michael Schumacher para assinar com o time italiano.
"O coração diria para eu fazer o negócio. Mas dessa vez tenho que ir pela razão", afirmou. "Tenho que ter no papel, escrito, que vou ter um suporte técnico. Mas eu não sei o que tem no contrato do Schumacher, assim como ele não vai saber o que pode ter no meu. É algo privado."
Segundo Barrichello, as conversas evoluíram pouco desde o GP da França, há duas semanas, mas podem surgir "novidades" no GP da Áustria, no dia 25.
Ele já descarta um eventual acordo com a McLaren. "Isso está distante." (FSx)

Folha - Existe alguma data limite imposta pela Ferrari ou pela Stewart para uma definição sobre seu futuro?
Rubens Barrichello -
Não existe, só acho que não demorará muito. É para o benefício de todos, para acalmar a situação, para eu ter um pouco de paz.
Não estou falando mal da imprensa em geral, mas é que, hoje em dia, a imprensa italiana está ficando louca com esse negócio. Alguns acham bonito, outros não, mas todos ficam em cima. Amigos novos, é impressionante, já arrumei logo uns 90.
É bom resolver minha situação logo para que eu possa ficar com calma. Na Áustria, talvez, tenha alguma notícia. Estou prestes a tomar uma decisão.

Folha - Você pode comparar a situação agora com as de suas negociações do passado?
Barrichello -
A coisa está sendo muito mais bem cuidada. É claro que não vou dizer que falta 10% para acertar com a Ferrari, porque daqui a pouco eles me ligam e dizem que vão manter o Irvine. E isso pode acontecer ainda. Não posso me contentar. Primeiro, porque é cedo. Segundo, porque posso cair em depressão de novo. Já caí muito do cavalo. Não quero que aconteça de novo.

Folha - A Ford está investindo pesado na equipe para o ano que vem . Especula-se sobre a contratação de pilotos como Hakkinen e Coulthard. Isso interfere nas negociações?
Barrichello -
Não. Só acho bobagem dizer que o cara que vier vai ganhar US$ 900 milhões a mais que eu. Se trouxerem um Irvine para correr ao meu lado, no caso de eu ficar, acho que tenho que ganhar mais do que ele.


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