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FUTEBOL
"Europeus" da equipe contrariam determinação da entidade e rejeitam jogar Copa das Confederações
Seleção se rebela contra plano da CBF
ALEXANDRE GIMENEZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BERTOLOTTO
enviados especiais a Foz do Iguaçu
As ações políticas
da CBF (Confederação Brasileira de
Futebol) para tentar angariar apoio à
candidatura do país
para abrigar a Copa de 2006 estão
gerando insatisfação entre alguns
atletas da seleção brasileira, que
amanhã enfrentará a Argentina.
A partida decide uma vaga nas
semifinais da Copa América.
A esmagadora maioria dos jogadores que atuam na Europa
não quer ser convocada para a
Copa das Confederações, no México, que começa no próximo dia
24, cerca de uma semana após o
final da Copa América.
Caso disputem a competição
mexicana, os atletas "europeus"
vão ter menos de 30 dias de férias.
"Joguei todas as partidas do
Barcelona no último Campeonato Espanhol, além de sempre estar
à disposição da seleção. Se não
descansar pelo menos 30 dias,
vou acabar tendo uma contusão
grave", declarou o meia Rivaldo,
que terá que se apresentar ao seu
clube no dia 10 de agosto, quatro
dias após o encerramento da Copa das Confederações.
"Se a Fifa mandou um comunicado exigindo que todas as seleções chamem seus principais atletas, por que não manda outro
obrigando os jogadores a terem
um mês de férias pelo menos?",
completou Rivaldo.
No começo desta semana, o secretário-geral da CBF , Marco Antônio Teixeira, afirmou que a seleção vai disputar ""com um time
forte" a Copa das Confederações.
De acordo com o dirigente, o
presidente da CBF, Ricardo Teixeira, se comprometeu com o
presidente da Fifa, o suíço Joseph
Blatter, a levar ""o melhor time que
tiver" para a disputa do torneio
mexicano.
Diplomacia
A decisão da CBF de prestigiar a
Copa das Confederações, organizada pela Fifa, é diplomática.
A CBF patrocina a candidatura
brasileira para ser sede da Copa
do Mundo de 2006.
No ano que vem, o Comitê Executivo da Fifa, formado por 23
países e pelo presidente da entidade, vai escolher a sede.
Para a CBF, a escalação de uma
seleção fraca poderia atrapalhar a
candidatura brasileira.
A Alemanha, outra candidata a
abrigar o Mundial, também vai
participar do torneio mexicano,
no mesmo grupo do Brasil (Nova
Zelândia e Estados Unidos completam a chave).
Além de Brasil e Alemanha, Inglaterra, África do Sul e Marrocos
também estão na disputa pela organização da Copa de 2006.
"Não fui comunicado ainda dos
planos da CBF. Mas acho importante que todos os jogadores tenham pelo menos um mês de férias", disse o zagueiro Antônio
Carlos, da Roma (Itália).
O atacante Ronaldo, da Inter de
Milão (Itália), alega ter compromissos comerciais para não disputar a Copa das Confederações.
Segundo o atleta, após o final da
Copa América ele viajará para o
Japão, onde assistirá ao lançamento de um relógio da sua grife.
Inicialmente, a intenção de
Wanderley Luxemburgo, técnico
da seleção brasileira, era usar na
Copa das Confederações uma
equipe com idade para disputar o
torneio Pré-Olímpico -nascidos
a partir de 1977-, que será realizado no Brasil, no próximo ano.
Essa hipótese seria confirmada
se a seleção brasileira vencesse a
Copa América. Caso contrário,
Luxemburgo usaria uma equipe
mais ""forte".
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