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Relógio é a "prova" que resta à Receita Federal
dos enviados a Foz do Iguaçu
Dos produtos adquiridos no Paraguai e trazidos para o Brasil pelos jogadores da seleção, o único
que pode ser taxado pela Receita
Federal é um relógio avaliado em
cerca de US$ 5.000 que Ronaldo
teria dado de presente ao fisioterapeuta Nílton Petrone, o Filé.
De acordo com representantes
da Receita, como não há provas
de que o atacante brasileiro tenha
gasto pelo menos US$ 16 mil em
compras no Paraguai e transportado as mercadorias a Foz sem
pagar imposto, Ronaldo ficaria
isento de qualquer taxação.
Mas o caso do relógio de Petrone é diferente. A Receita quer ter
acesso a entrevistas do fisioterapeuta em que ele admitiria ter entrado no Brasil com o relógio, que
teria sido dado de brinde a Ronaldo pelo Shopping Monalisa, cadeia de lojas em Ciudad del Este
visitada pelo atacante.
Como na quarta foi aniversário
de Petrone, Ronaldo teria repassado a ele o presente.
Segundo a Receita, tendo ou
não sido um presente, quem entrou com o produto no Brasil
-no caso o fisioterapeuta- teria
que pagar imposto de 50% sobre
o valor da mercadoria que excedesse o limite de US$ 500.
Se tivesse entrado no Brasil por
terra -pela Ponte da Amizade,
que liga Foz a Ciudad del Este-,
o limite seria de US$ 150.
Apesar de uma funcionária do
Monalisa ter dito à Rede Globo
que Ronaldo gastou pelo menos
US$ 16 mil em compras, o atacante continua negando a informação. ""Não comprei nada. Foi um
mal-entendido que já passou."
Para a Receita, outro fator que
pesa em favor de Ronaldo é o fato
de a vendedora ter voltado atrás
em suas declarações.
Anteontem, ela negou que o jogador tivesse gasto US$ 16 mil, reduzindo consideravelmente o valor -para cerca de US$ 1,5 mil.
Aref Hamoud, um dos donos
do shopping, deve entregar à Receita as notas fiscais das compras
dos atletas brasileiros. Contrariando sua vendedora e o próprio
Ronaldo, ele diz que o atacante
gastou US$ 700 no Monalisa.
Ontem, jogadores e comissão
técnica evitavam comentar o episódio, alegando que estão mais
preocupados com o jogo de amanhã contra a Argentina.
Ronaldo, porém, continuava irritado. ""Inventam tantas coisas
que dá até vontade de rir."
Além do caso da Receita, ele
protestava contra os comentários
de que estaria iniciando um novo
relacionamento amoroso.
""Chega a ser brincadeira de
mau gosto. Todo dia estão arrumando um monte de namoradas
para mim. Algumas que eu mesmo não sabia que existiam."
Everardo Maciel
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, disse ontem
que, se comprovado que Ronaldo
não declarou mercadorias quando regressou ao Brasil, os produtos poderão ser apreendidos ou
ele terá de pagar multa e o imposto de importação.
(AGz, JCA e RB)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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