São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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Técnico anuncia que deixa o comando do time após o amistoso do dia 21

Scolari troca seleção por família e sonho europeu

Marco Antônio Rezende/Folha Imagem
Luiz Felipe Scolari anuncia na sede da CBF sua saída da seleção


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Pouco mais de um mês após comandar uma "família" de 23 jogadores rumo ao título mundial, o técnico Luiz Felipe Scolari anunciou que vai deixar o comando da seleção para se dedicar a uma outra família -a sua- e ao sonho, já declarado antes, de seguir carreira no futebol europeu.
O anúncio foi feito ontem à tarde, logo após reunião com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. "Não tem nada definido sobre meu futuro. Agora vou até o final do ano fazer aquilo que quero, no aspecto familiar. Vou também tentar uma oportunidade de trabalhar na Europa. É uma das minhas metas", disse Scolari, 53.
"Já tinha uma idéia praticamente definida, mas resolvi deixar a seleção depois de me encontrar com o presidente Ricardo Teixeira", acrescentou. O dirigente propôs uma redução salarial ao treinador para mantê-lo no cargo. Scolari recebia US$ 150 mil mensais para comandar a seleção.
"Só falamos do dinheiro no dia da minha chegada à seleção. Depois, não tocamos mais no assunto", disse Scolari, negando que tenha decidido deixar o cargo por uma questão financeira -é estrela de comerciais e vem ganhando também para dar palestras.
Apesar do anúncio oficial, o treinador vai comandar a seleção no amistoso para a comemoração do pentacampeonato, contra o Paraguai, no dia 21, em Fortaleza.
Scolari assumiu a seleção no dia 12 de junho do ano passado, em substituição a Emerson Leão. Pressionado pelos maus resultados da equipe nas eliminatórias, Teixeira o contratou para classificar a seleção para a Copa.
O técnico reverteu a situação ruim e conquistou, em 30 de junho, no Japão, a Copa-2002, vencendo as sete partidas.
"Agora que não sou mais o técnico, queria agradecer de coração ao meu grupo de trabalho e ao povo brasileiro", disse Scolari.
Nos próximos dias, o treinador pretende ficar no RS com os familiares. No final do ano, vai dar início ao seu lobby particular para comandar um clube europeu.
A primeira estratégia já foi definida. Ele vai visitar uma série de clubes no continente para, segundo ele, "agradecer a gentileza" com a seleção. "Além disso, vou procurar dar uma olhada nos treinamentos e nos jogos."
"Agora vamos viver o penta nos próximos quatro anos. Depois, vamos para o hexa", disse ele, que não descartou voltar ao cargo em 2006, para a Copa da Alemanha.



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