São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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FUTEBOL

CBF afirma que novo técnico só sairá no próximo ano, mas anuncia que time olímpico terá comando independente

Seleção deve ter dois treinadores em 2003

DA REPORTAGEM LOCAL

Engana-se quem imaginou que o mistério em torno do técnico da seleção brasileira acabaria quando Luiz Felipe Scolari anunciasse a sua decisão.
O suspense nacional agora será sobre o sucessor do treinador pentacampeão. Pelo que declarou ontem o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o anúncio só sairá no próximo ano.
"A gente não tem pressa", afirmou o cartola ao lado de Scolari.
A informação pode ser um artifício do dirigente para evitar o assédio da imprensa e a pressão dos torcedores nas próximas semanas. É possível, portanto, que o nome do novo técnico seja anunciado em breve, muito antes do prometido.
Caso contrário, o time verde-amarelo ficaria sem comando nos amistosos que deverá disputar até o final deste ano.
Pelo menos uma partida deve ser agendada, nos dias 19 ou 20 de novembro, datas reservadas pela Fifa para amistosos. Mas em setembro e outubro também haverá datas em que os jogadores que atuam na Europa estarão liberados -quando ocorrerem partidas pelas eliminatórias da Eurocopa, forçando os clubes a disponibilizarem seus atletas.
Com a seleção valorizada pelo pentacampeonato, é improvável que a CBF abra mão do dinheiro vino do cachê desses jogos.
No próximo amistoso, no dia 21 de agosto, em Fortaleza, contra o Paraguai, a equipe nacional ainda será dirigida por Scolari, pois trata-se de um jogo festivo, onde os jogadores pentacampeões receberão as faixas do título conquistado no Mundial da Ásia.
Mas, pelo que o treinador gaúcho disse ontem no Rio, ele próprio pode reassumir a seleção antes do próximo Mundial. "Se vou voltar em 2006 ou outra vez para a seleção, eu não sei. Ouvi [de Ricardo Teixeira" que o caminho ficou bem definido e bem aberto", afirmou Scolari.
O técnico chegou com Teixeira para a entrevista coletiva de ontem na nova sede da CBF. Eles trocaram elogios e agradecimentos. "A CBF e eu ficamos tristes com a saída dele", disse Teixeira.
O retorno, entretanto, dependerá diretamente da performance do seu sucessor. Caso o novo técnico consiga reeditar o bom desempenho do time da Copa-2002, terá como prêmio a manutenção até o Mundial da Alemanha.
Até agora, os nomes especulados para o cargo de técnico são os de Carlos Alberto Parreira (que dificilmente aceitará voltar), Wanderley Luxemburgo, Oswaldo de Oliveira e Tite.
Segundo Ricardo Teixeira, a única definição é que o comando da seleção em 2003 será dividido por dois profissionais -um para comandar o time principal, outro para treinar a equipe olímpica.
"A princípio, vai haver uma seleção olímpica e outra principal. A experiência das eliminatórias nos mostrou que não dá [para um técnico acumular as duas funções"", afirmou Teixeira.
O dirigente se referiu ao fiasco brasileiro na Olimpíada de Sydney, em 2000. Na época, Wanderley Luxemburgo optou por exercer simultaneamente o comando das seleções principal, que disputava as eliminatórias, e sub-23, que foi aos Jogos.


Colaborou a Sucursal do Rio


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