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O PERSONAGEM 2
Por centésimos, Scherer substitui o divã pelo balé
DOS ENVIADOS A ATENAS
A concentração funciona nos
treinos e nas provas. O problema é que o corpo não é o mesmo. Por isso, Fernando Scherer
deixou a preparação psicológica de lado e buscou novos caminhos para melhorar a técnica em sua terceira Olimpíada.
"Eu nadava uns 14 mil metros
por dia há uns dez anos. Hoje,
não passo de 9.000 m. Tenho 29
anos. Não dá para abusar."
O diagnóstico o fez abrir mão
dos 100 m livre para se concentrar nos 50 m. "É velocidade
pura. Não ganha só quem treina dentro d'água, mas sim
quem inova para baixar um
mísero centésimo no tempo."
Para Atenas-04, ele diminuiu
a rotina de musculação e incluiu um novo nome no programa: Pilates. A técnica, usada
para melhorar a postura corporal, levou o atleta para uma área
estranha à natação. "Nas aulas
de Pilates, o professor me ensinou movimentos de balé. O objetivo era ganhar força nos dedos dos pés, usados para impulsionar o bloco na largada."
Bronze em Atlanta-96 e em
Sydney-00, ele não é o primeiro
a inovar. O russo Alexander
Popov, então bicampeão olímpico dos 50 m, disse que treinava em uma cama elástica para
ganhar segundos na saída. Mas
não deu certo na Austrália, e ele
viu os americanos Gary Hall Jr.
e Anthony Ervin, que dividiram o ouro, impedirem o tri.
"Não tinha problemas psicológicos e decidi me arriscar em
outro ramo. Estou bem, e fazer
previsão nessa prova é coisa de
doido."
(ALF E GR)
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