São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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O PERSONAGEM 2

Por centésimos, Scherer substitui o divã pelo balé

DOS ENVIADOS A ATENAS

A concentração funciona nos treinos e nas provas. O problema é que o corpo não é o mesmo. Por isso, Fernando Scherer deixou a preparação psicológica de lado e buscou novos caminhos para melhorar a técnica em sua terceira Olimpíada.
"Eu nadava uns 14 mil metros por dia há uns dez anos. Hoje, não passo de 9.000 m. Tenho 29 anos. Não dá para abusar."
O diagnóstico o fez abrir mão dos 100 m livre para se concentrar nos 50 m. "É velocidade pura. Não ganha só quem treina dentro d'água, mas sim quem inova para baixar um mísero centésimo no tempo."
Para Atenas-04, ele diminuiu a rotina de musculação e incluiu um novo nome no programa: Pilates. A técnica, usada para melhorar a postura corporal, levou o atleta para uma área estranha à natação. "Nas aulas de Pilates, o professor me ensinou movimentos de balé. O objetivo era ganhar força nos dedos dos pés, usados para impulsionar o bloco na largada."
Bronze em Atlanta-96 e em Sydney-00, ele não é o primeiro a inovar. O russo Alexander Popov, então bicampeão olímpico dos 50 m, disse que treinava em uma cama elástica para ganhar segundos na saída. Mas não deu certo na Austrália, e ele viu os americanos Gary Hall Jr. e Anthony Ervin, que dividiram o ouro, impedirem o tri.
"Não tinha problemas psicológicos e decidi me arriscar em outro ramo. Estou bem, e fazer previsão nessa prova é coisa de doido." (ALF E GR)


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