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O PERSONAGEM 1
Vânia Ishii cai no choro com carta de pai "caladão"
DOS ENVIADOS A ATENAS
A pergunta entre os atletas
era a mesma: por que Vânia Ishii não parava de chorar?
O pranto era por um bom
motivo. A judoca estava radiante com a carta que havia
recebido do pai, Chiaki, primeiro medalhista olímpico do
país na modalidade. "Ele escreveu que tinha orgulho de mim.
Chorei muito, a ponto de deixar os outros preocupados.
Pratico judô há 26 anos, e ele
nunca tinha dito isso", diz.
Ontem, no primeiro treino
na Grécia, Vânia, 30, disse que
carrega a carta a tiracolo e a relê
para ganhar força. "Nunca me
senti tão motivada."
As palavras de Chiaki foram
encomendadas por Adriana
Lacerda, psicóloga que atuou
com os judocas em Portugal,
onde o time fez aclimatação.
Ela pediu aos parentes dos atletas que enviassem mensagens
para dar confiança à seleção.
Bronze em Munique-1972,
Chiaki, 63, raramente expressa
emoções ao lado da filha. "Ele é
caladão. Nunca imaginei que
ouviria isso." Mas ouviu. E
aponta o fator psicológico como diferencial. "Em Sydney-00, dizia que eu precisava ganhar uma medalha. Agora, digo que quero ganhar. Acabou a
cobrança que atrapalha."
Sétima na Austrália, Vânia
treinou com o pai, que estava
com a costela quebrada, antes
de deixar o Brasil. "Ele fez
questão de dizer que eu estava
pronta." O vaticínio de Chiaki
será testado na terça, quando a
filha tentará o pódio na categoria meio-médio.
(ALF E GR)
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