São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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O PERSONAGEM 1

Vânia Ishii cai no choro com carta de pai "caladão"

DOS ENVIADOS A ATENAS

A pergunta entre os atletas era a mesma: por que Vânia Ishii não parava de chorar?
O pranto era por um bom motivo. A judoca estava radiante com a carta que havia recebido do pai, Chiaki, primeiro medalhista olímpico do país na modalidade. "Ele escreveu que tinha orgulho de mim. Chorei muito, a ponto de deixar os outros preocupados. Pratico judô há 26 anos, e ele nunca tinha dito isso", diz.
Ontem, no primeiro treino na Grécia, Vânia, 30, disse que carrega a carta a tiracolo e a relê para ganhar força. "Nunca me senti tão motivada."
As palavras de Chiaki foram encomendadas por Adriana Lacerda, psicóloga que atuou com os judocas em Portugal, onde o time fez aclimatação. Ela pediu aos parentes dos atletas que enviassem mensagens para dar confiança à seleção.
Bronze em Munique-1972, Chiaki, 63, raramente expressa emoções ao lado da filha. "Ele é caladão. Nunca imaginei que ouviria isso." Mas ouviu. E aponta o fator psicológico como diferencial. "Em Sydney-00, dizia que eu precisava ganhar uma medalha. Agora, digo que quero ganhar. Acabou a cobrança que atrapalha."
Sétima na Austrália, Vânia treinou com o pai, que estava com a costela quebrada, antes de deixar o Brasil. "Ele fez questão de dizer que eu estava pronta." O vaticínio de Chiaki será testado na terça, quando a filha tentará o pódio na categoria meio-médio. (ALF E GR)


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