|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prancheta do PVC
Nem a zaga resiste mais
O MELHOR time do
Brasil nos anos 70 tinha uma palavra-chave a cada vez em que podia
colocar o adversário em impedimento. O zagueiro Marinho
Peres gritava "sabiá", toda a
defesa se levantava e a bandeirinha levantava.
O Inter bicampeão brasileiro de 1975/76 só tinha craques. Mas times de craques
não deveriam receber o apelido de "Máquina", que poderia
ficar reservado aos times operários, em que cada jogador
tem a perfeita noção de que
funciona como uma engrenagem. Como era o Corinthians.
Aos 13min do segundo tempo, quando o chute da entrada
da área partiu, Bruno Bertucci estava perto da linha de
fundo. É ele mesmo, Bruno
Bertucci, quem bate a mão na
coxa, como se pudesse reclamar de alguém, além de si
próprio, por dar condição a
Adriano. Gol do Flamengo.
Ontem, o Corinthians não
jogou de memória, pelas ausências, mas também porque
Mano Menezes mudou o desenho do time. Deixou de lado
seu sistema tradicional, com
dois volantes, três meias e um
atacante. Prendeu Moradei
como primeiro volante, deixou Jucilei sair mais pelo lado
direito, permitiu a Edu ser volante pela esquerda. Elias
atuou como armador.
Na quarta, contra o Náutico, Elias já tinha jogado como
meia de ligação, mas no usual
4-2-3-1. Não resolveu. Também não resolveu a mudança
tática, para o que se pode chamar de 4-3-1-2.
Semana passada, Mano Menezes ponderava sobre as
vantagens e desvantagens de
mudar. "Neste momento, vale
manter a maneira que a equipe conhece", pensava, antes
de empatar com o Avaí. Mais
do que jogar de memória, tem
feito falta mesmo a facilidade
de Douglas virar o lado da jogada, de Ronaldo arrancar para o gol, de Cristian e Elias pararem os meias rivais.
Mas está presente a lembrança de que, de todos os setores, só um segue intacto: a
dupla de zaga. Os laterais não
estão mais juntos, os volantes
não são os mesmos, os três armadores não jogam mais, o
centroavante também não.
Com o time completo, Chicão e William passaram 40 jogos sem perder, juntos. Sem o
time, a dupla de defesa jogou
junta cinco vezes. Não venceu
nenhuma. Time bom consagra zagueiro ruim. Time ruim
enterra dupla de zaga boa.
SERVE PARA QUÊ?
Os primeiros tempos do
Palmeiras contra o Grêmio e
o do São Paulo contra o
Goiás foram aulas de futebol.
Ontem, o São Paulo só jogou
de primeira, na linha "não tá
mais comigo". Para quem
não entende os centroavantes, é para abrir buracos que
eles servem. "Tem que variar", definiu Jorge Wagner.
O DONO DA CASA
Luxemburgo voltou à Vila,
onde teve números extraordinários em casa: 80% de
aproveitamento, com 85 vitórias e 14 empates, em 111
jogos. No retorno, uma vitória (Atlético-PR), uma derrota (Flamengo) e um empate (Avaí). Sinal de que reagir
é a palavra-chave do momento para Luxemburgo.
A DECISÃO
Quarta-feira será a segunda vez na história dos pontos corridos em que dois times da ponta de cima da tabela disputam cabeça a cabeça o título do primeiro turno. O Palmeiras pode ser
campeão se vencer o Atlético-MG. O mesmo só aconteceu em
2006, quando o São Paulo venceu o Paraná na penúltima rodada por 3 x 2 e ficou com o título simbólico. Vantagem palmeirense é a ausência do atacante Diego Tardelli, que está com a seleção brasileira que no mesmo dia enfrenta a Estônia.
Texto Anterior: Provocação: Mesmo ausente, Ronaldo é hostilizado por torcida Próximo Texto: Salário opõe judocas e dirigentes da seleção Índice
|