São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Salário opõe judocas e dirigentes da seleção

Atletas esperavam 1º pagamento hoje, mas presidente da CBJ nega promessa

Novo impasse a respeito da remuneração mensal pode fazer a equipe brasileira boicotar patrocinador no Mundial de Amsterdã

JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Próximo do Mundial da Holanda, a reivindicação salarial volta a opor atletas e a Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
Depois de muitas brigas, as duas partes pareciam ter chegado a um acordo na etapa de Belo Horizonte da Copa do Mundo, em julho deste ano.
Na ocasião, os judocas apresentaram uma reclamação formal para a entidade pela falta de apoio financeiro e ameaçaram não lutar com a logomarca da Infraero (um dos patrocinadores da CBJ) no quimono.
Pressionada, a confederação, representada pelo presidente Paulo Vanderlei e pelo diretor técnico Ney Wilson, aceitou fazer uma reunião com os lutadores na capital mineira.
Ficou acertado o pagamento de um salário, de cerca de R$ 4 mil, para um grupo de atletas. De acordo com o critério estabelecido pelos judocas, serão beneficiados apenas os medalhistas em Mundiais ou Jogos Olímpicos e os mais bem colocados no ranking internacional -um total de 18 atletas poderão receber a verba mensal.
O primeiro ponto de divergência, porém, surgiu agora, às vésperas do Mundial, que será disputado entre 15 e 24 deste mês, em Amsterdã.
Os atletas garantem que o primeiro pagamento do salário foi prometido para hoje, enquanto que o presidente da entidade desconhece a data de início dos depósitos.
"Não está definido que este pagamento será agora, no início de agosto", disse o cartola.
Os atletas, por sua vez, conversaram e novamente ameaçam não exibir as logomarcas dos patrocinadores a partir da competição na Holanda.
"Não quero estipular um prazo inicial para não ficar compromissado com os atletas. Até porque tudo que acerto eu cumpro", afirmou Vanderlei.
O único ponto em que a direção da confederação e os atletas não divergem é o critério de distribuição da renda.
Para atletas e dirigentes, a fórmula servirá também como estímulo para os judocas que não forem contemplados.
"Ninguém reclamou de nada até agora do critério, até porque foram eles [atletas] que criaram [o regulamento]", justificou o presidente da CBJ.
Curiosamente, seguindo a fórmula, alguns judocas que representarão o país no Mundial não se enquadram no critério e estão de fora da distribuição de verbas da confederação.
Denílson Lourenço, da categoria até 60kg, por exemplo, é o 30º do ranking mundial, mas não tem direito ao salário.
Já um judoca experiente como Tiago Camilo, que é medalhista olímpico e figura entre os primeiros do ranking, é agraciado com dois salários.
O dinheiro que será destinado aos atletas provém dos patrocínios da confederação [Infraero, Mizuno e Scania] e dos recursos da Lei Piva.
A delegação brasileira que compete em Amsterdã contará com 14 judocas (sete no masculino e sete no feminino).


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