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Salário opõe judocas e dirigentes da seleção
Atletas esperavam 1º pagamento hoje, mas presidente da CBJ nega promessa
Novo impasse a respeito da remuneração mensal pode fazer a equipe brasileira boicotar patrocinador no Mundial de Amsterdã
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
Próximo do Mundial da Holanda, a reivindicação salarial
volta a opor atletas e a Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
Depois de muitas brigas, as
duas partes pareciam ter chegado a um acordo na etapa de
Belo Horizonte da Copa do
Mundo, em julho deste ano.
Na ocasião, os judocas apresentaram uma reclamação formal para a entidade pela falta
de apoio financeiro e ameaçaram não lutar com a logomarca
da Infraero (um dos patrocinadores da CBJ) no quimono.
Pressionada, a confederação,
representada pelo presidente
Paulo Vanderlei e pelo diretor
técnico Ney Wilson, aceitou fazer uma reunião com os lutadores na capital mineira.
Ficou acertado o pagamento
de um salário, de cerca de R$ 4
mil, para um grupo de atletas.
De acordo com o critério estabelecido pelos judocas, serão
beneficiados apenas os medalhistas em Mundiais ou Jogos
Olímpicos e os mais bem colocados no ranking internacional
-um total de 18 atletas poderão
receber a verba mensal.
O primeiro ponto de divergência, porém, surgiu agora, às
vésperas do Mundial, que será
disputado entre 15 e 24 deste
mês, em Amsterdã.
Os atletas garantem que o
primeiro pagamento do salário
foi prometido para hoje, enquanto que o presidente da entidade desconhece a data de
início dos depósitos.
"Não está definido que este
pagamento será agora, no início de agosto", disse o cartola.
Os atletas, por sua vez, conversaram e novamente ameaçam não exibir as logomarcas
dos patrocinadores a partir da
competição na Holanda.
"Não quero estipular um prazo inicial para não ficar compromissado com os atletas. Até
porque tudo que acerto eu
cumpro", afirmou Vanderlei.
O único ponto em que a direção da confederação e os atletas
não divergem é o critério de
distribuição da renda.
Para atletas e dirigentes, a
fórmula servirá também como
estímulo para os judocas que
não forem contemplados.
"Ninguém reclamou de nada
até agora do critério, até porque
foram eles [atletas] que criaram [o regulamento]", justificou o presidente da CBJ.
Curiosamente, seguindo a
fórmula, alguns judocas que representarão o país no Mundial
não se enquadram no critério e
estão de fora da distribuição de
verbas da confederação.
Denílson Lourenço, da categoria até 60kg, por exemplo, é o
30º do ranking mundial, mas
não tem direito ao salário.
Já um judoca experiente como Tiago Camilo, que é medalhista olímpico e figura entre os
primeiros do ranking, é agraciado com dois salários.
O dinheiro que será destinado aos atletas provém dos patrocínios da confederação [Infraero, Mizuno e Scania] e dos
recursos da Lei Piva.
A delegação brasileira que
compete em Amsterdã contará
com 14 judocas (sete no masculino e sete no feminino).
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