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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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TÊNIS

Não mais um mero garoto

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Mandy Moore, 19, é uma típica adolescente. Tenta driblar diariamente a vigilância paterna, busca rapidamente a independência financeira para comprar seus próprios CDs, baba pelos garotos bonitões de sua idade, gosta de fast food, sonha em ser uma cantora famosa ou uma grande estrela do cinema.
Como qualquer adolescente moderna, ela não escreve mais seus segredos em um diário. Agora, quando quer deixar as coisas registradas, ela acessa a internet e deixa mensagens em seu blog.
Em outubro do ano passado, por exemplo, escreveu mais ou menos assim: "Sim! Eu estou namorando. E eu estou muito, muito feliz. Ele é o máximo. Ele já falou de mim para os amigos dele. A turma toda deixa mensagens aqui perguntando se eu estou namorando, por isso resolvi contar".
O namoro de Mandy é adolescente também em outro aspecto: ela e o namorado pouco se vêem. Ele mora em uma cidade, e ela, em outra, uns 100 km distante.
Por isso, a maior parte do namoro se dá pelo telefone. À noite, depois de jantar com os pais, Mandy se tranca no quarto e, indefectivelmente, liga para o namorado. Os papos, óbvio, são os mais variados: o que ele fez durante o dia, o que ela fez, o novo disco lançado por não sei quem, a roupa que ela comprou...
Na semana passada, em um dos telefonemas à noite, Mandy falou mais uma vez ao namorado que estava morrendo de saudade e que queria vê-lo no fim de semana. Desta vez, ele estava mais longe, trabalhando em Nova York, disputando o Aberto dos EUA.
Andy Roddick disse que ela poderia encontrar-se com ele durante o fim de semana. Talvez tivesse um tempo livre a mais. Ela revelou então que tinha feito reserva para viajar a Nova York na noite de sábado. Para encontrar o namorado no domingo, ou então para vê-lo na decisão do Aberto dos EUA.
"Você pode vir. Só não sei se vai ter lugar para você ficar no camarote", disse, indicando que talvez o namorado dela não fosse finalista do último Grand Slam da temporada.
No sábado, poucas horas antes da chegada de Mandy, Roddick deu a idéia de que não parava de pensar nela. Aéreo, permitiu ao argentino David Nalbadian dois match points. Mas equilibrou-se, mostrou maturidade e fez bem o seu serviço, literalmente.
No jogo em que poderia atuar como um menino, mostrou personalidade de adulto, um saque eficiente, de campeão, e uma concentração de gente muito experiente. Não deu chance nenhuma a Juan Carlos Ferrero e, finalmente, faturou o seu Grand Slam.
Ao conversar com os jornalistas logo depois, o ex-jovem adolescente Andy Roddick já começou falando: "Por favor, nada de começar de novo com essa merda de "como você se sente sendo a maior promessa do tênis norte-americano?" , entenderam? Agora, isso não é mais comigo".
Mandy pode ainda ser uma típica adolescente, mas seu namorado, esse que ganhou o Aberto dos EUA no domingo, finalmente deixou de ser garoto e virou adulto. Agora, é gente grande.

Vai bem...
Marcos Daniel ganhou o Challenger de Gramado no domingo.

Vai?
Andre Agassi ensaiou discurso de despedida ao ser eliminado do Aberto dos EUA, em Nova York.

Vai mal...
A chuva afeta os tenistas. A distância e os preços, os fãs. A estrutura, os jornalistas. Tá com cheiro de mico o Torneio da Costa do Sauípe.

Vai para mais perto...
Na próxima temporada, o ATP Tour brasileiro será em fevereiro. São Paulo já pode se preparar.

E-mail reandaku@uol.com.br


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