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Terra estranha
Depois da recente série de experiências fracassadas, paulistas freiam aposta em atletas gringos
JOSÉ RICARDO LEITE
DE SÃO PAULO
Mão de obra mais barata,
com uma dose maior de garra
e que pode ser um interessante acréscimo para um
time que disputa a Taça Libertadores da América.
Com esses ingredientes,
jogadores sul-americanos já
inflaram clubes paulistas.
Mas, nos últimos anos, o
que se viu foi uma sucessão
de fiascos e apostas malsucedidas que geram hoje uma
escassez de nossos vizinhos
nos quatro principais clubes.
Tricampeão e time brasileiro que mais ganhou a Libertadores, o São Paulo teve
ídolos como os uruguaios Pedro Rocha, Dario Pereyra e
Lugano, campeão em 2005.
Mas, nos últimos anos,
apostou errado no lateral argentino Adrián González,
que só ficou no banco. E no
chileno Saavedra, que chegou como reforço para a lateral, mas disse que era zagueiro em sua apresentação.
"Acho que isso é algo circunstancial, não tem muita
explicação. É de momento. O
São Paulo já teve grandes jogadores estrangeiros e pode
voltar a ter no futuro, nada
impede novas apostas", disse o vice de futebol Carlos
Augusto de Barros e Silva.
Campeão paulista e da Copa do Brasil, o Santos foi
exaltado em 2010 pelo futebol alegre de suas jovens revelações, Paulo Henrique
Ganso, Neymar e André. No
elenco, nenhum estrangeiro.
O time pareceu ter aprendido, já que em 2008 chegou
a ter quatro gringos no time.
Amargou a 15ª posição no
Nacional, só duas acima da
zona de rebaixamento.
"Chegou até um chileno
gordo pra caramba. Mas o estrangeiro render depende de
sua boa vontade. De querer
vir aqui para jogar, e não fazer turismo e lazer", disse
Emerson Leão, um dos técnicos do time naquele ano.
"Muitos são contratados
sem conhecimento e por forte atuação de empresários,
pois é
mais
fácil fazer oferta
com esse tipo de jogador."
Até quem já deu certo não
anda mais em boa fase. Ídolo
da torcida e repatriado este
ano, Valdivia foi reserva no
Palmeiras anteontem. Neste
ano, o time já despachou os
laterais Armero e Figueroa.
"Acho que, após experiências frustradas, os clubes
paulistas estão mais seletivos do que os outros. Recebemos muitos DVDs de jogadores com qualidade duvidosa", declarou o presidente do
Luiz Gonzaga Belluzzo.
NOVO MESSI
O Corinthians é o que mais
abriga estrangeiros. São
dois: o paraguaio Bobadilla e
o argentino Defederico.
Bobadilla chegou como
substituto do goleiro Felipe,
mas ainda nem atuou e está
na reserva de Júlio César.
Já o meia Defederico teve
recepção de ídolo, comparado a Messi, mas pouco atua.
O atleta, que às vezes nem
é relacionado nos jogos, é conhecido pela atuação no
Twitter. Nesta semana, festejou seu número de seguidores e a vitória de seu país sobre o Brasil no Mundial de
basquete. Em outro comentário, diz que perdeu aposta
para o atacante Dentinho.
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