São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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Santos aumenta número de faltas, diminui chances perdidas e brilha nos mata-matas do BR-02

Nas finais, meninos da Vila jogam como homens

Flávio Grieger/Folha Imagem
O goleiro Fábio Costa, que ganhou a posição do contundido Júlio Sérgio na reta final do Brasileiro


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se, como diz Michael Jordan, as finais separam os homens dos garotos, os meninos da Vila já podem se considerar crescidos.
Depois do início dos mata-matas do Brasileiro, os jovens jogadores do Santos aprenderam a bater, a apanhar e a não jogar fora tantas oportunidades.
Ao contrário do Corinthians, o time do técnico Emerson Leão evoluiu em praticamente todos os fundamentos a partir do momento em que uma derrota passou a significar a eliminação.
O salto maior aconteceu justamente na parte defensiva. Famoso pelo futebol vistoso, o Santos soube parar os rivais nas finais.
Para isso, usou recursos esportivos (aumentou em 7% sua média de desarmes em relação à primeira fase) e outros nem tanto.
A partir das quartas-de-final, o Santos bateu muito mais do que apanhou. Com exceção do primeiro jogo das semifinais contra o Grêmio, o time do litoral sempre foi mais violento que os rivais.
Anteontem, na abertura da decisão, foram 30 faltas santistas contra apenas 12 corintianas.
No segundo jogo contra o Grêmio, quando reclamou muito da violência gaúcha, os paulistas, na verdade, é que bateram muito -37 faltas contra 27.
Dessa forma, o Santos, que foi apenas o 12º time mais faltoso da fase de classificação (média de 26,3 infrações por jogo), viu disparar nas finais sua média de faltas -29,6 por partida, marca que o colocaria praticamente no mesmo patamar que São Caetano, Lusa e Grêmio, o trio menos "fair play" de todo o Nacional.
Apesar da tenra idade de seus principais jogadores, o time santista soube fazer muitas faltas com poucos efeitos colaterais.
Em cinco jogos após o fim da primeira fase, a equipe teve apenas um jogador expulso -o lateral-direito Maurinho. Contra o Corinthians, foram apenas dois amarelos, sendo que um, recebido pelo atacante Alberto, ocorreu por simulação de falta recebida.
Marcando forte, o Santos deixou de ser um time vulnerável na defesa. Depois de terminar a fase inicial com média de 1,4 gol sofrido por jogo, a equipe melhorou sua performance nesse ponto em 57% -sofreu, até agora, apenas 0,6 gol por partida no mata-mata.
No ataque, os comandados de Leão também mostraram mais eficiência na hora decisiva.
O time aumentou seu acerto nas finalizações, incluindo Robinho, que foi muito criticado por sua falta de pontaria na primeira fase.
Nos mata-matas, o atacante de 18 anos acertou 58% dessas conclusões. Dessa forma, teve média de 0,4 gol por partida. Situação bem diferente ele viveu na primeira fase. Mesmo sem a pressão de agora, Robinho teve eficiência de 36% na pontaria e uma média de 0,3 gol por jogo disputado.
Se souberam fazer faltas, os santistas também aprenderam a se safar dos pontapés rivais.
A média de faltas sofridas do time caiu quase 5%. Assim, passou pelas finais sem lesões graves.
Os jogadores mais jovens também não repetiram as reclamações da primeira fase. Suspenso duas vezes por cartões na fase de classificação, Diego, 17, só recebeu um amarelo no mata-mata.


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