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PRIMEIRO ATO
Márcio Braga reitera idéia de liga independente e manda executivo "cantar em outro lugar"
Novo Fla abre guerra contra CBF e TV
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Se em Brasília Clube dos 13 e
CBF agem em conjunto para alterar o Estatuto do Desporto, no
Rio a história é outra.
Eleito pela quinta vez presidente do Flamengo, Márcio Braga mandou um recado à CBF.
Disse que vai liderar movimento
de clubes para "reformular o futebol brasileiro" à revelia da confederação. Horas depois da vitória, o ex-deputado federal passou a bater pesado em Ricardo
Teixeira, presidente da CBF, e
Marcelo Campos Pinto, diretor
da Globo Esportes.
Além de criticar os dois, Braga
anunciou que pretende criar
uma liga nacional independente
da CBF já em 2004.
"Não vamos conseguir pagar a
conta [do Flamengo] na conversa. Para reformar o futebol brasileiro, vamos para a briga", disse.
"No caso da CBF, não haverá
mais aquela relação promíscua.
Nossa relação com essa gente será altaneira", disse o dirigente.
"Além disso, não temo retaliações. Em 92, briguei com a Fifa e
com a Federação do Rio e ganhei
o Brasileiro", acrescentou.
Depois de atacar Teixeira, Braga partiu para hostilizar o diretor da Globo Esportes. Ele disse
que ficou indisposto com as declarações de Campos Pinto em
seminário da FGV em São Paulo.
No encontro, o diretor da Globo disse que era favorável à elitização do futebol, defendendo
que o esporte deveria cobrar ingressos para os jogos semelhantes aos de peças de teatro.
Ele também afirmou que a torcida do Corinthians superaria a
do Flamengo dentro de oito
anos, de acordo com pesquisa
encomendada pela Globo Esportes que teria em mãos.
"As declarações foram desastrosas, absurdas", disse Braga,
67. "Depois do que li, ele não
tem condições intelectuais de estar num seminário da FGV.
Aqui essas idéias não passarão.
Vá cantar em outro lugar."
Para viabilizar a formação de
uma liga independente da CBF,
Braga, um dos fundadores do
Clube dos 13, disse que vai começar nesta semana as articulações. Até sexta-feira, ele vai se
encontrar com o presidente do
São Paulo, Marcelo Portugal
Gouvêa, outro desafeto da CBF,
para falar sobre o assunto.
A Folha entrou em contato
ontem com as assessorias de Ricardo Teixeira e Marcelo Campos Pinto, mas elas não comentaram as declarações do novo
presidente flamenguista.
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