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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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PRIMEIRO ATO

Márcio Braga reitera idéia de liga independente e manda executivo "cantar em outro lugar"

Novo Fla abre guerra contra CBF e TV

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Se em Brasília Clube dos 13 e CBF agem em conjunto para alterar o Estatuto do Desporto, no Rio a história é outra.
Eleito pela quinta vez presidente do Flamengo, Márcio Braga mandou um recado à CBF. Disse que vai liderar movimento de clubes para "reformular o futebol brasileiro" à revelia da confederação. Horas depois da vitória, o ex-deputado federal passou a bater pesado em Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes.
Além de criticar os dois, Braga anunciou que pretende criar uma liga nacional independente da CBF já em 2004.
"Não vamos conseguir pagar a conta [do Flamengo] na conversa. Para reformar o futebol brasileiro, vamos para a briga", disse.
"No caso da CBF, não haverá mais aquela relação promíscua. Nossa relação com essa gente será altaneira", disse o dirigente. "Além disso, não temo retaliações. Em 92, briguei com a Fifa e com a Federação do Rio e ganhei o Brasileiro", acrescentou.
Depois de atacar Teixeira, Braga partiu para hostilizar o diretor da Globo Esportes. Ele disse que ficou indisposto com as declarações de Campos Pinto em seminário da FGV em São Paulo.
No encontro, o diretor da Globo disse que era favorável à elitização do futebol, defendendo que o esporte deveria cobrar ingressos para os jogos semelhantes aos de peças de teatro.
Ele também afirmou que a torcida do Corinthians superaria a do Flamengo dentro de oito anos, de acordo com pesquisa encomendada pela Globo Esportes que teria em mãos.
"As declarações foram desastrosas, absurdas", disse Braga, 67. "Depois do que li, ele não tem condições intelectuais de estar num seminário da FGV. Aqui essas idéias não passarão. Vá cantar em outro lugar."
Para viabilizar a formação de uma liga independente da CBF, Braga, um dos fundadores do Clube dos 13, disse que vai começar nesta semana as articulações. Até sexta-feira, ele vai se encontrar com o presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa, outro desafeto da CBF, para falar sobre o assunto.
A Folha entrou em contato ontem com as assessorias de Ricardo Teixeira e Marcelo Campos Pinto, mas elas não comentaram as declarações do novo presidente flamenguista.


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