São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006

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made in brazil

Êxodo espalha brasileiros no Mundial

Dos 137 inscritos, são 30 jogadores do país, que é majoritário com 22% dos participantes do torneio intercontinental

Entre os seis clubes que disputam a competição, só não há atletas nacionais no egípcio Al Ahly, que conta com só dois estrangeiros

Toru Hanai/Reuters
Fernandão, esperança de gols do Inter no Mundial, treina em Tóquio


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A propagação de jogadores brasileiros por diversos países tem reflexo na competição de times mais internacional do planeta: o Mundial de Clubes, que começa hoje. A conseqüência é que dificilmente o campeão do planeta não ostente um atleta nacional. Foi assim nas cinco edições anteriores.
Em 2006, isso não será diferente. E nem vai ser preciso que o Internacional seja campeão. Dos seis times do torneio, só o Al Ahly não tem brasileiros.
Os egípcios abrem o campeonato hoje, contra o Auckland City, da Nova Zelândia, às 8h20, na cidade de Toyota.
O país pentacampeão mundial exibe o maior número de jogadores no torneio. Dos 137 atletas de 23 nações inscritos no interclubes disputado no Japão, 30 são brasileiros, espalhados por cinco clubes.
Isso é um retrato do êxodo de atletas brasileiros, resultado da crise financeira dos clubes nacionais. A CBF contabiliza 4.006 transferências de jogadores para o exterior desde 2002. São cerca de 800 por ano.
Há atletas em pólos importantes da bola, como Espanha, França, Inglaterra e Itália. E outros jogadores perdidos em lugares escondidos no mapa, como Brunei, Vietnã, Azerbaijão, Chipre e Omã.
Assim como na lista da CBF, os brasileiros no Mundial dividem-se entre medalhões do futebol internacional e equipes modestas em continentes.
Em uma ponta do contraste, está o atacante Ronaldinho, do Barcelona, com seu salário de 23 milhões (cerca de R$ 65 milhões) por ano do Barcelona. Seu time é aspirante ao título.
Na outra ponta, estão desconhecidos como o meia Luiz Del Monte, do Auckland City, da Nova Zelândia, que visa apenas desfrutar do torneio e, se possível, ampliar sua experiência para atuar na área de negócios.
A invasão brasileira coincide com a mudança de fórmula instituída pela Fifa para o Mundial em 2005 - que introduziu times de todos os continentes.
Na ocasião, 131 jogadores disputaram o torneio, sendo 23 brasileiros. O país empatou com a Costa Rica. Mas, já em anos anteriores, a presença de atletas daqui entre os campeões foi uma constante.
Sem contar o ano passado, quando o São Paulo ficou com a taça, o Porto tinha Diego, Carlos Alberto e Luís Fabiano no elenco de 2004. Um ano antes, Iarley, que agora tenta o bi pelo Inter, ganhou com o Boca Jrs.
Roberto Carlos e Ronaldo ajudaram o Real Madrid a vencer em 2002, o mesmo feito por Élber e Paulo Sérgio com o Bayern de Munique, em 2001.
Desta vez, além dos 21 atletas do Inter, outros nove brasileiros buscam a taça no Japão. Depois do Brasil, os países com mais futebolistas em Tóquio, Toyota e Yokohama (as sedes do Mundial) são a Coréia e o Egito, com 21 cada um.
Em seguida, estão: México (19), Nova Zelândia (13), Espanha (9), Argentina (3), Escócia, França, Inglaterra, Paraguai e Rússia (2). Angola, Chile, Colômbia, País de Gales, Gana, Holanda, Japão, Islândia, Itália, Peru e Portugal contam com um atleta cada um.


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