São Paulo, sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br

Sobre heroísmos e irresponsabilidades

A F-1 VIVIA sua pré-história, e um dos maiores pilotos de todos os tempos ainda corria de motocicleta. Nos treinos para uma prova em Monza, Nuvolari sofreu um acidente e quebrou as duas pernas. Os médicos disseram que ele ficaria um mês fora de ação. No dia seguinte, para surpresa do público, ele surgiu no grid. Com as pernas engessadas e amarrado à moto. Venceu. Tornou-se mito do esporte.
Em 1976, dois GPs após quase morrer em Nurburgring, Lauda voltou às pistas. Sua balaclava ficava empapada de sangue, tal a gravidade dos ferimentos que carregava no rosto. Não levou o campeonato porque não quis morrer de novo, em Monte Fuji, mas fez história.
Em 1987, Piquet escapou na Tamburello, em Imola. Um choque fortíssimo contra o muro, de traseira. O brasileiro foi impedido de correr aquela etapa e, pelos meses seguintes, não conseguiu dormir mais do que três horas por noite. Só revelou o problema no final do ano, depois que havia conquistado o tri. Recebeu aplausos.
Em 1992, em Assen, Doohan sofreu fraturas na perna direita. Médicos cogitaram amputação. Voltou em Interlagos (fim de semana épico!), mas não impediu Rainey de levar o título. Tudo bem. Porque conquistaria cinco campeonatos nos anos seguintes e leva até hoje a história da superação. E a perna direita continua lá.
Webber revelou nesta semana que disputou os últimos GPs com uma fratura no ombro. Foi censurado por Horner, que, como chefe da Red Bull, disse que gostaria de ter sido informado. Este colunista mesmo o criticou no blog na Folha.com.
O lado heroico foi deixado de lado. Só pensamos no que ele arriscou perder, nos investimentos em jogo, na imagem em xeque. Anos atrás, Webber seria elogiado. Hoje, é crucificado.
A F-1 da grandes corporações e das cifras bilionárias nos tornou chatos demais.

F-1
MI-MI-MI
Existe mais do que interesse por uma marca mítica na disputa pelo nome Lotus na F-1. A turma que se uniu agora à Renault é comandada pela Proton, uma montadora malaia. E, por trás da Lotus que estreou neste ano, está Tony Fernandes, dono da Air Asia, companhia aérea... malaia. É queda de braço caseira, é ciumeira, é charminho. Até Ecclestone dar um basta, claro.

STOCK
DUELO
Poucos pilotos brasileiros brilharam tanto no exterior com carro de Turismo ou de Stock como Max Wilson fez em seus anos de V8 na Austrália. Era natural que, em uma equipe tão organizadinha como a RC, ele conquistasse o título. A taça veio no último domingo, numa corrida antológica, que aconteceu em Curitiba. Cacá x Max promete ser um belo duelo para os próximos anos.


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