São Paulo, sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Rio-2016 ganhará outro mecenas

OLIMPÍADA
A exemplo da Petrobras, Nestlé investirá na formação de atletas visando Jogos


Kirsty Wigglesworth/Associated Press
CORREDEIRA O britânico Greg Pitt inaugura a instalação onde serão realizadas as provas de canoagem da Olimpíada de Londres-2012. O Lee Valley White Water Centre tem percurso de 300 m e é a primeira obra dos Jogos a ser concluída. A apresentação oficial foi feita ontem pela princesa Anne

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Mais um megaprojeto esportivo bancado pela iniciativa privada promete dar mais independência às confederações olímpicas em relação ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
Na esteira da Petrobras, que anunciou há um mês um investimento de R$ 100 milhões anuais em cinco modalidades olímpicas, a Nestlé também monta um projeto similar e pretende lançá-lo já no início do ano que vem.
"Queremos ajudar na preparação de atletas das categorias de base para a Olimpíada do Rio em 2016", afirmou Izael Sinem Jr., diretor de comunicações e serviços de marketing da empresa.
Caso este projeto se concretize, a empresa alimentícia conseguirá abarcar os dois principais eventos esportivos que serão realizados no Brasil nos próximos anos, pois já é patrocinadora oficial da CBF e da seleção brasileira até a Copa de 2014.
Nos esportes olímpicos, a multinacional já apoia Maurren Maggi, ouro nos Jogos de Pequim-2008, e a equipe de vôlei de Osasco, atual campeã da Superliga.
O futuro projeto olímpico ainda é cercado de mistérios, mas deve ser mais abrangente do que o da Petrobras. Segundo Sinem Jr., a Nestlé pretende investir na preparação de cerca de 150 atletas de oito modalidades olímpicas. Já no programa da estatal, são contemplados 110 atletas de cinco esportes diferentes.
Um outro fator torna o projeto da Nestlé similar ao da Petrobras. Ambos foram montados sem a participação do COB. O comitê repassa anualmente recursos da Lei Piva para as confederações.
"Estamos negociando diretamente com as confederações", contou Sinem Jr.
O executivo não quis dar detalhes sobre quais serão as oito modalidades contempladas. Citou apenas o tênis.
Segundo ele, ao contrário da Petrobras, a Nestlé não se beneficiará da lei de incentivo ao esporte e deve bancar dos próprios cofres toda a verba que será investida.
No início deste mês, no entanto, o Painel FC antecipou que a CBT (Confederação Brasileira de Tênis) foi a primeira entidade a ter projeto patrocinado, pela Nestlé, com verba do ICMS, por meio da recém-criada lei de incentivo ao esporte estadual.
O valor total do aporte da empresa ao esporte com vistas aos Jogos do Rio-2016 é mantido em segredo e não deverá ser revelado oficialmente nem quando o projeto for lançado. "Não costumamos divulgar valores de patrocínio", disse o diretor de marketing da empresa.
Sinem Jr. acrescentou que o programa vai beneficiar sobretudo esportistas do Sudeste e de algumas cidades do Nordeste do país.


Texto Anterior: Motor - Fábio Seixas: Sobre heroísmos e irresponsabilidades
Próximo Texto: Projeto também terá um intermediário
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.