São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 1998.



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Belga apela por solidariedade dos clubes europeus

da Reportagem Local

Jean-Marc Bosman tem criticado o que chama de egoísmo dos clubes da Europa, que estariam reduzindo seus investimentos na formação de novos valores.
"Alguns dirigentes pararam de investir em escolinhas de futebol", lamentou Bosman. "Eles deveriam adotar um sistema baseado na solidariedade entre os grandes e os pequenos clubes, como acontece no basquete europeu."
Segundo o ex-jogador belga, quando um clube de basquete compra um atleta, 10% do valor envolvido na transação vai para um fundo destinado à formação de novos valores.
Para ele, uma das poucas exceções no continente tem sido o Ajax, da Holanda, que continua investindo em escolinhas.
Além da solidariedade, Bosman sugere ainda a criação de um fundo destinado a formar jogadores utilizando os direitos de TV pagos aos clubes.
Durante o tempo do processo, entre períodos de desemprego, o belga atuou no St. Quentin, da segunda divisão da França, e no futebol das ilhas Reunião, no oceano Índico. "Às vezes, me perguntava se não era masoquista por enfrentar o mundo hipócrita do futebol."
Em 97, ganhou da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Cultura e Ciência) o "Prêmio da Combatividade" e um jogo em sua homenagem.
Depois da decisão sobre o caso Bosman, a Inglaterra virou a principal compradora de atletas, com 36% dos jogadores de seus times importados. Coincidentemente, a seleção inglesa abdicou do estilo "chutão e cabeçada" para adotar um futebol mais técnico, semelhante ao praticado pelos estrangeiros na ilha. (JCA e RB)


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