São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 2003

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Sem reforços, Geninho herda equipe de Parreira a menos de um mês da estréia na competição

Improvisado, Corinthians se aperta na Libertadores

Ayrton Vignola/Folha Imagem
O técnico Geninho, do Corinthians, é apresentado oficialmente no Parque São Jorge por Roque Citadini (esq.) e Alberto Dualib (dir.)


RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A menos de um mês da estréia do Corinthians na Libertadores, Geninho foi apresentado ontem como sucessor de Carlos Alberto Parreira com a missão de superar imprevistos e levar o time ao inédito título do torneio continental.
Classificado há oito meses para disputar a competição, o clube perdeu inesperadamente seu treinador para a seleção brasileira e viu ameaçado o planejamento feito para a competição.
Os corintianos foram forçados a trocar o tetracampeão mundial por um técnico que tem como seu principal título a conquista do Brasileiro-2001, com o Atlético-PR. Porém, com o mesmo time, Geninho fracassou na Libertadores do ano passado, sendo eliminado na primeira fase da disputa.
"O Atlético não estava bem preparado para a Libertadores, mas acho que os erros que o time cometeu e que eu cometi vão me ajudar a preparar bem o Corinthians", afirmou Geninho.
Além de ter de mudar de comandante, o clube contratou apenas o zagueiro Capone.
Para evitar que o estrago provocado pelo improviso no comando do time seja maior, a diretoria decidiu levar adiante negociações que já tinham sido iniciadas a pedido de Parreira e mantiveram o restante da comissão técnica.
Numa de suas primeiras declarações como treinador corintiano, Geninho mostrou o clima de incerteza que ronda a equipe. "Ainda não tive tempo de conversar com a diretoria, saber nomes, ver em que o Corinthians está pensando", afirmou.
Porém, se os dirigentes seguirem o que planejaram, ele dificilmente indicará reforços.
De acordo com o vice-presidente de futebol, Antonio Roque Citadini, o clube já havia feito contratações que ainda não podem ser anunciadas, antes mesmo da apresentação de Geninho.
"Existem negociações que já acertamos e ficaríamos numa situação muito ruim se o novo técnico chegasse e não as aceitasse", afirmou o dirigente.
Apesar de Geninho negar que tenha conversado sobre reforços com a diretoria de seu novo time, Citadini disse, sem revelar nomes, que o treinador aceitou os reforços acertados por ele.
Uma das novidades deve ser o atacante Liédson, que o Flamengo insiste em manter em seu time. Fábio Costa, que tem contrato com o Santos até o final de fevereiro, seria outro reforço.
Além das negociações que Citadini disse já ter finalizado, o clube só fará, segundo ele, mais duas contratações. As duas iniciadas ainda com autorização de Parreira e perto de serem concretizadas.
Longe de ter o time pronto para a estréia no Paulista, dia 25, contra o Marília, ou para o primeiro jogo na Libertadores, dia 5 de fevereiro, contra o Cruz Azul, Geninho viajou ontem com os jogadores para Extrema (MG).
A equipe ficará lá por uma semana e seguirá a maior parte dos planos traçados por Parreira. "Seria bom que as contratações acontecessem logo. Mas acredito que o Parreira fez um bom planejamento, e só vou mudar uma ou outra coisa", disse Geninho.
O treinador aceitou o desafio de correr contra o tempo para preparar a equipe, além de trabalhar sem ninguém indicado por ele na comissão técnica, em troca do sonho de ter prestígio internacional.
"Teria uma temporada mais tranquila se ficasse no Atlético-MG, mas aceitei o desafio porque será bom para a minha carreira. Não foi uma troca movida pelo fator financeiro", afirmou Geninho, que deixou revoltados os dirigentes do time mineiro.


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