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TÊNIS
O novo mundo é aqui
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Naquele frio europeu,
quase coberto de neve, Gustavo Kuerten e Nicolás Lapentti
chegaram meio que silenciosamente. Em Hannover, Alemanha,
fim de novembro de 1999, os holofotes estavam todos sobre Pete
Sampras, Andre Agassi e o local
Nicolas Kiefer.
A cúpula do tênis, incluindo
Mark Miles, o chefe-mor, já falava com bastante gosto em novo
sistema de ranking, das novas caras no circuito, de um novo tênis
que viria adiante, mas acabava
mesmo posando só ao lado das estrelas já consagradas, os brancos
europeus e norte-americanos.
Da mesma maneira que os "chicanos" entraram, eles então saíram. Lapentti, oitavo melhor tenista do mundo naquela temporada, semifinalista no Aberto da
Austrália e nos Masters Series de
Hamburgo e Paris, ganhou só três
games de Agassi.
Kuerten não fez campanha
mais excepcional naquele Masters. Como o equatoriano, perdeu
de Agassi e Sampras em dois sets
rápidos. Só ganhou no duelo dos
latinos, o primeiro em um Masters desde 1982, em dois sets.
Dali, os sul-americanos foram
embora rapidamente, deixando
Sampras, Agassi, Kiefer e Ievguêni Kafelnikov com os mimos dos
dirigentes e dos organizadores a
partir das semifinais (Sampras
bateria Agassi na final em três
sets, conquistando pela última
vez um Masters em sua carreira).
Mas foi ali, de concreto, que a
América do Sul passou a ser vista
como uma área interessante na
geografia do tênis. Com os ídolos
que surgiam, como Kuerten, Lapentti e Marcelo Ríos, Buenos Aires, Rio e Santiago, meras cidades
exóticas nas belas tomadas dos
filmes de James Bond, viraram
possíveis sedes de ATP Tours.
Em seguida, o tênis mundial
ainda veria uma excelente leva de
tenistas sul-americanos, argentinos notadamente. Franco Squil-lari, Juan Ignacio Chela, Mariano
Puerta, Gastón Gaudio, Agustin
Calleri, Jose Acasuso, Guillermo
Cañas, David Nalbandian, Guil-lermo Coria, mais Fernando Meligeni e os chilenos Fernando
Gonzalez e Nicolas Massú, com
presença constante nos maiores
torneios do circuito, tornariam a
ATP um pouco mais "chicana".
A coroação de Kuerten como o
primeiro sul-americano a fechar
o ano como número um do ranking, na Lisboa de língua portuguesa em 2000, coincidiu com
uma regularidade impressionante dos tenistas vizinhos/amigos.
Em 2000, nada menos que 12 títulos foram levantados por sul-americanos. Nove vezes um sul-americano foi vice, e cinco finais
foram disputadas entre dois homens deste continente. Em 2001, o
número de títulos foi de 11, com 12
vices e três finais latinas. Os anos
mantiveram os bons números: em
2002, 13 títulos, 15 vices e seis finais. No ano passado, 11 títulos,
15 vices e cinco finais, incluindo
uma de Masters Series.
Por essas e outras que agora a
América do Sul passa a ter uma
"perna" do circuito profissional.
Começou anteontem, em Viña
del Mar, passa por Buenos Aires
na próxima semana, chega à Bahia em pleno Carnaval e, em seguida, parte para o México.
Demorou, mas agora chegou.
Em boas mãos
Ficou com Franco Ferreiro a vaga do Torneio da Costa do Sauípe disputada no qualifying do Guarujá. Além de Ferreiro, o ATP Tour nacional já tem Gustavo Kuerten, Flávio Saretta e Pedro Braga.
Um excelente evento
Vai até o dia 19 a inscrição para o 34º Banana Bowl. O torneio será
disputado na semana do dia 15 de março. Os atletas das categorias 14
e 16 anos competem em Ribeirão Preto, e os da 18 anos, em São Paulo. A inscrição pode ser feita no site da CBT (www.cbtenis.com.br).
Um ótimo resultado
Jenifer Widjaja foi vice na quarta etapa do Circuito Cosat, no Equador. Nesta semana, a quinta etapa ocorre na Bolívia.
E-mail reandaku@uol.com.br
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