|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
"Não riam de mim', afirma Steve Sampson, que também diz que "soccer' será popular entre norte-americanos
EUA planejam superar Brasil em 10 anos
ARNALDO RIBEIRO
enviado especial a Los Angeles
Transformar
os EUA em potência futebolística. Essa é a
meta do treinador Steve Sampson, 41, comandante da seleção de seu país desde
abril de 1995.
Em 29 jogos, Sampson conquistou 15 vitórias, 4 empates e 10 derrotas, na melhor performance de
um treinador em 83 anos de soccer
(o futebol nos EUA) no país.
Esse retrospecto faz com que
Sampson projete planos ambiciosos. Segundo ele, em dez anos, os
EUA terão condições de vencer o
Brasil numa final de Mundial.
""O soccer será tão popular quanto o basquete, o beisebol e o futebol americano no meu país."
Contra os sul-americanos, até o
jogo desta madrugada contra o
Brasil, ele havia conseguido duas
vitórias, um empate e cinco derrotas. Ex-jogador de futebol universitário, Sampson foi assistente de
Bora Milutinovic na Copa de 94.
Pergunta - Qual o atual estágio
dos EUA em relação ao time que
disputou a Copa de 94?
Steve Sampson - Estamos progredindo lentamente. Hoje, posso
dizer que temos um time mais experiente e também mais inteligente. Mas a principal diferença é a seguinte: hoje, a seleção dos EUA
não teme adversário algum.
Pergunta - Qual a importância da
Copa Ouro para o seu time?
Sampson - Mais do que ganhar
a Copa Ouro, o nosso objetivo desde o começo era aproveitar o torneio como preparação para o
Mundial da França. Tivemos aqui
a chance de jogar contra o Brasil,
por exemplo. E é sempre bom jogar contra os melhores do mundo.
Só assim os EUA e as demais seleções da Concacaf crescerão.
Pergunta - Como você projeta o
desempenho de EUA, México e Jamaica na Copa da França?
Sampson - Espero que os outros sigam pensando que somos
galinhas mortas. Se não tiverem
respeito, vão perder.
Os EUA vão jogar, com inteligência, para ganhar. Isso não quer
dizer que empates contra Alemanha e Iugoslávia não sejam bons
resultados na Copa.
Pergunta - Sua meta na Copa é
só passar para a segunda fase?
Sampson - Em princípio, sim.
Mas, em pouco tempo, estaremos
disputando as melhores posições.
Daqui a dez anos, teremos condições de ganhar do Brasil numa final de Copa. Não riam de mim.
Nós temos estrutura para chegar
a esse patamar. Se o Brasil tivesse
essa estrutura, seria campeão
mundial sempre, imbatível, como
nós somos no basquete.
Pergunta - Você acha que os EUA
alcançarão o Brasil inclusive na
maneira de jogar, no estilo?
Sampson - Não. Para nós, norte-americanos, o importante é
sempre o resultado. Para os brasileiro, é necessário vencer e jogar
bonito. Essa será sempre a diferença. Mas uma coisa é certa: se o Brasil não tivesse abdicado do jogo
bonito, não teria ganho a Copa-94.
Por isso, admiro Parreira e Zagallo. Eles tiveram coragem de desafiar a imprensa pelo resultado. E
eu sei que ser treinador no Brasil é
uma coisa quase impossível.
Pergunta - Qual seria o perfil
ideal da sua seleção?
Sampson - Um time com a criatividade dos brasileiros e dos argentinos, com a disciplina dos alemães e com o esforço dos ingleses.
Pergunta - Os EUA têm material
humano suficiente para isso?
Sampson - Sim. Com a divulgação, milhões de garotos estão praticando o esporte, o que produzirá
uma geração promissora. O soccer, em breve, será tão popular
quanto o beisebol, o basquete e o
futebol americano nos EUA.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|