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TÊNIS
Eduardo Menga, representante da América Latina, é agora um dos vice-presidentes da entidade
América do Sul chega à cúpula da ATP
FERNANDA PAPA
da Reportagem Local
Pela primeira vez na história, o
Brasil tem um representante na
cúpula que dirige o tênis masculino profissional, a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
Eduardo Menga, 45, é a partir de
hoje um dos vice-presidentes da
ATP, cuja responsabilidade maior
é desenvolver o esporte na América Latina, região de que cuida desde 1994, como diretor da entidade.
Em entrevista exclusiva à Folha,
em sua ""casa-escritório" em Jundiaí (a 60 km de São Paulo), Menga -que nasceu na Argentina,
mas se diz brasileiro, pois mora no
país há 40 anos- falou de seus
planos para dar mais destaque ao
Brasil no tênis internacional, independentemente das performances
de Gustavo Kuerten no circuito.
Folha - Como você foi escolhido
para esse posto da ATP?
Eduardo Menga - Nos meus dez
anos de ATP, como supervisor de
torneios principalmente, acredito
ter conquistado credibilidade e
mostrado um bom trabalho que
me fizeram merecer o posto.
Folha - Que coisas você fez?
Menga -Desde que os torneios
de tênis foram embora do Brasil,
por vários motivos, em 93, tomei a
iniciativa de montar um escritório
da ATP aqui para que ela continuasse presente na América Latina. Ninguém sabia o que era o ATP
Tour (circuito da ATP). Eu recebia
ligações de gente buscando agência de turismo.
Folha - Mas desde 93 o tênis daqui não parece ter evoluído muito.
Menga - É um trabalho difícil;
demora reconquistar a confiança
dos patrocinadores e atrair novos
deles. Conseguimos fazer a Copa
Ericsson, no ano passado, em sete
países e com um mesmo patrocinador. Deu muito certo, vários
sul-americanos melhoraram seus
rankings, e o modelo deve ser copiado na Ásia neste ano.
A ATP, com seus jogadores e torneios, é um bom produto. E a
América Latina é a região do mundo onde o tênis ainda não está esgotado. Na Europa, conseguir novo investimento de US$ 100 mil é
difícil. Aqui, tem gente disposta a
investir US$ 100 milhões.
Folha - Para fazer o quê?
Menga - A idéia, meu objetivo
de vida agora, é trazer um grande
torneio para cá. Um dos Super 9,
que a partir do ano 2000 serão Super 7. Até lá, muita coisa vai ter de
ser feita, e as coisas já estão acontecendo. O Brasil pode ter um Super
7, com Pete Sampras etc, sim.
Folha - Sobre a base do esporte,
há algum projeto? Para quê torneios se não há tenistas?
Folha - A ATP tem formas de
atrair crianças para o esporte durante seus torneios, com personagens dos desenhos animados que
jogam mini-tênis com o público.
É um começo. Além disso, incentivamos os organizadores de torneios a doar uma pequena parte
do prêmio para o desenvolvimento do esporte.
Já tentei estimular isso no Brasil,
mas não havia programas para receber o dinheiro, nem muito entusiasmo dos organizadores.
Nos EUA, funciona. Não é à toa
que a ATP e a USTA (Associação de
Tênis dos EUA) são parceiras, junto
com empresas privadas, em um
programa de US$ 30 milhões para o
desenvolvimento do esporte.
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