da Reportagem Local

Dirigentes e técnicos dos principais clubes do Brasil e de São Paulo começam no final de março a participar de uma experiência inédita no país.
A Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas vai ministrar um curso de noções de administração para leigos que trabalham nessa área no futebol.
O curso é o primeiro resultado de um convênio entre o Clube dos 13 e a FGV. No segundo semestre, haverá, no mesmo local, um seminário internacional sobre futebol internacional que deverá ter a presença de dirigentes de clubes da Europa e América do Sul.
O curso terá 120 horas-aula e será dado em 16 dias em período integral, durante quatro semanas -uma por mês. Vai abordar temas que incluem administração geral, marketing, gerenciamento de recursos humanos, economia e legislação aplicadas ao esporte, contabilidade financeira e estratégia empresarial.
""Essa é uma verdadeira revolução", afirmou Jayme Franco, ex-aluno da FGV.
Coordenador do ""Movimento pela Modernização do Futebol", nome dado pelos clubes à articulação cujo objetivo inicial foi impedir a aprovação ou alterar os pontos-chave do projeto de lei Pelé, Franco foi o principal interlocutor dos clubes junto à FGV para o estabelecimento da parceria, fechada há dois meses.
Já para Francisco Mazzucca, professor da FGV que coordena o curso, esse é apenas um primeiro passo.
""Se tudo der certo, em dez anos poderemos começar a sentir os efeitos dessa iniciativa na administração dos clubes".
Para que esse efeito ocorra, explicou, é preciso que haja pessoas com formação especializada em todos os níveis da administração dos clubes.
""Estamos plantando uma semente. Não se pode esperar resultados em 15 dias."
Segundo Mazzucca, mesmo sem ter sido lançado oficialmente, o curso já tem um número de interessados maior do que o de vagas, entre 55 a 60.
Metade delas será reservada aos clubes. A outra metade será aberta ao público. Todas as aulas serão administradas por professores da FGV. Para assistir ao curso, é necessário ter formação superior.
Devido à procura, uma nova turma deverá ser formada no segundo semestre ou em 1999.
Política
Os dirigentes esportivos presentes, em especial o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, aproveitaram o encontro para fazer mais críticas ao projeto de Pelé (leia texto nesta página).
""O dirigente esportivo não é um vilão", disse.
Koff, reeleito anteontem para a presidência do Clube dos 13, afirmou, por outro lado, que considera inevitável a formação de ligas para a administração dos campeonatos. ""Isso vai acontecer em um ou dois anos." (MARCELO DAMATO)


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