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"Alforriados"
famosos penam
para achar time
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mais famosos jogadores para os quais a advogada
Gislaine Nunes conseguiu a
"carta de alforria" passaram
por dificuldades antes de encontrar um novo emprego.
Alguns deles ainda penam
para encontrar um clube
que os aceite e os banque.
O zagueiro Márcio Santos,
31, campeão mundial com a
seleção brasileira nos EUA,
em 1994, foi "libertado" do
Santos no segundo semestre
de 2000. Ficou até o último
mês sem trabalhar. Somente
conseguiu emprestar seu
passe ao inexpressivo Barcelona de Guayaquil (EQU).
Já o goleiro Ronaldo, 33,
ex-ídolo da torcida corintiana, está sem clube desde que
foi dispensado pela Lusa,
também no segundo semestre do ano passado. Ronaldo
conseguiu passe livre em
1999, quando pertencia ao
Fluminense.
O volante Gilmar, 25, conseguiu no último mês a "carta de alforria" do Corinthians, mas até agora não
acertou com outro clube.
Há ainda o caso do volante
Reidner, 29, que entrou na
Justiça em 2000 contra o Botafogo, ganhou, foi jogar no
Atlético-MG, também teve
problemas e acabou voltando para a equipe carioca.
Ao peitar judicialmente o
Botafogo, Reidner teve de lidar com uma das principais
dificuldades que rondam os
"alforriados" do futebol: o
repúdio de outros clubes.
Na ocasião, o Clube dos 13
fez um acordo -que não foi
respeitado pelo Atlético-MG- para que seus membros evitassem contratar
atletas com passe livre.
Outros atletas famosos que
também são donos de seus
passes estão tendo problemas para achar emprego.
São os casos do volante Rincón e do atacante Dinei.
Dinei, 30, ganhou passe livre do Corinthians no final
de 2000 e não apareceu nenhum grande time para contratá-lo. O motivo: o salário
que ganhava no time paulistano -cerca de R$ 80 mil.
Rincón, 34, está sem atuar
desde a desclassificação do
Santos na primeira fase da
Copa João Havelange, em
novembro último. O volante
quer receber R$ 300 mil por
mês mais o aluguel de seu
passe. Ainda não conseguiu
encontrar quem banque.
Américo Faria, diretor de
futebol do Palmeiras, tem
uma explicação para casos
como esses. Para ele, estaria
havendo uma supervalorização por parte dos jogadores.
"Muitas vezes alguém vale
x, mas quer ganhar 5x, ou
quer alugar seu passe para
um clube grande por um valor bem acima do valor de
mercado", afirmou o dirigente.
(LUÍS SOUZA)
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