São Paulo, domingo, 11 de março de 2001

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"Alforriados" famosos penam para achar time

DA REPORTAGEM LOCAL

Os mais famosos jogadores para os quais a advogada Gislaine Nunes conseguiu a "carta de alforria" passaram por dificuldades antes de encontrar um novo emprego. Alguns deles ainda penam para encontrar um clube que os aceite e os banque.
O zagueiro Márcio Santos, 31, campeão mundial com a seleção brasileira nos EUA, em 1994, foi "libertado" do Santos no segundo semestre de 2000. Ficou até o último mês sem trabalhar. Somente conseguiu emprestar seu passe ao inexpressivo Barcelona de Guayaquil (EQU).
Já o goleiro Ronaldo, 33, ex-ídolo da torcida corintiana, está sem clube desde que foi dispensado pela Lusa, também no segundo semestre do ano passado. Ronaldo conseguiu passe livre em 1999, quando pertencia ao Fluminense.
O volante Gilmar, 25, conseguiu no último mês a "carta de alforria" do Corinthians, mas até agora não acertou com outro clube.
Há ainda o caso do volante Reidner, 29, que entrou na Justiça em 2000 contra o Botafogo, ganhou, foi jogar no Atlético-MG, também teve problemas e acabou voltando para a equipe carioca.
Ao peitar judicialmente o Botafogo, Reidner teve de lidar com uma das principais dificuldades que rondam os "alforriados" do futebol: o repúdio de outros clubes.
Na ocasião, o Clube dos 13 fez um acordo -que não foi respeitado pelo Atlético-MG- para que seus membros evitassem contratar atletas com passe livre.
Outros atletas famosos que também são donos de seus passes estão tendo problemas para achar emprego. São os casos do volante Rincón e do atacante Dinei.
Dinei, 30, ganhou passe livre do Corinthians no final de 2000 e não apareceu nenhum grande time para contratá-lo. O motivo: o salário que ganhava no time paulistano -cerca de R$ 80 mil.
Rincón, 34, está sem atuar desde a desclassificação do Santos na primeira fase da Copa João Havelange, em novembro último. O volante quer receber R$ 300 mil por mês mais o aluguel de seu passe. Ainda não conseguiu encontrar quem banque.
Américo Faria, diretor de futebol do Palmeiras, tem uma explicação para casos como esses. Para ele, estaria havendo uma supervalorização por parte dos jogadores.
"Muitas vezes alguém vale x, mas quer ganhar 5x, ou quer alugar seu passe para um clube grande por um valor bem acima do valor de mercado", afirmou o dirigente. (LUÍS SOUZA)

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