São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004

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AÇÃO

Churrasco e chimarrão

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

O surfe está próximo de completar 50 anos de vida ativa em águas brasileiras. Houve um tempo em que a rivalidade nas competições nacionais se resumia aos confrontos entre Rio de Janeiro e São Paulo. Saquarema e Itamambuca eram os principais palcos dessa disputa. Mais tarde os catarinenses entraram na briga, depois os nordestinos trataram de estender a concorrência por todo o litoral, e, hoje, o maior campeão nacional é um paranaense.
Desde que o paraibano Fabio Gouveia e o catarinense Teco Padaratz começaram a defender as cores do país no circuito mundial, rivais mesmo passaram a ser os australianos, os americanos, os havaianos. Mas neste final de semana, na abertura do Super Surf 2004, o circuito brasileiro profissional, a boa e velha rivalidade regional voltou a dar as caras.
A etapa de abertura do circuito voltou a ser realizada na Joaquina, em Florianópolis (SC), e pela primeira vez na história do Super Surf foi dominada por gaúchos. Rodrigo "Pedra" Dorneles e Daison Pereira chegaram às suas primeiras finais do circuito e entraram para a bateria decisiva sob os apupos da torcida que encheu a praia num domingo de sol e altas ondas.
Na verdade, a situação apenas contribui para esquentar ainda mais a vibrante competição que tem sido o circuito, sempre com etapas muito disputadas, bem organizadas e valorizando os atletas. Neste ano, com as três cotas de patrocínio vendidas para grandes anunciantes (VW, Tim e Skol), tudo indica que o Super Surf decole de vez.
Outro fator que corrobora com essa expectativa é a ida da cobertura televisiva para a Sportv. Assim os programas terão maior freqüência e duração do que tinham na MTV e podem ganhar espaço na programação da Globo.
Nesse clima favorável e com as ondas contribuindo, as disputas na água enchiam os olhos e misturavam atletas da nova com os da velha geração. O veterano Jojó de Olivença, bicampeão brasileiro, que pensa em abandonar o circuito neste ano para se dedicar à sua escola de surfe, pegou um tubaço que levantou o público e somou a maior nota da prova, 9,67. Seu algoz foi Pedro Henrique, 19, campeão mundial júnior em 2001, que parou na semifinal com Gilmar Silva, 18, ambos terminando na terceira colocação.
Dorneles, que já representou o Brasil em três edições do Mundial, estava embalado na competição. Fez as maiores pontuações da etapa na semifinal e na final e não deu chance ao conterrâneo Daison Pereira, ficando com R$ 22 mil dos R$ 120 mil de prêmios em disputa. Uma grande final e um grande início de temporada.
No feminino, sem as sombras de Tita Tavares e Jacqueline Silva, ambas competindo na Austrália -elas estão nas quartas-de-final da etapa de abertura do WCT, interrompida à espera de melhores condições do mar-, Silvana Lima passeou, vencendo com facilidade sua primeira prova do Super Surf. A paulista Suelen Naraísa ficou em segundo.

Snowboard
Após obter o 27º lugar no slalom paralelo gigante e o 16º no boardercross nos EUA, pela Copa do Mundo, Isabel Clark disputa a partir de hoje a etapa final, em Bardonecchia (Itália), palco dos Jogos de 2006.

Wakeboard
O circuito brasileiro de wakeboard começa amanhã, em Porto Alegre, e tem novidades. As categorias serão definidas pelo nível técnico, e não mais pela idade. A idéia deve aumentar a competitividade.

Bodyboarding
Começa hoje a segunda etapa do circuito brasileiro de bodyboarding, em Rio das Ostras (RJ). Por ser uma das pernas do Mundial (World Qualifying Tour), a etapa terá maior estrutura e premiação.

E-mail sarli@trip.com.br


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