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Marcos joga com contrato "de gaveta"
Extensão do acordo por mais duas temporadas, até 2009, feita há um ano e meio, ainda não foi registrada pelo Palmeiras
No boletim da CBF em que estão os registros de atletas, vínculo do clube alviverde
com o camisa 1 chegará ao fim em 4 meses e 20 dias
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Marcos conseguiu neste começo de ano ultrapassar a marca de 350 jogos com a camisa do
Palmeiras e se tornou o quarto
goleiro que mais atuou pelo
clube. Mas pode ser que não tenha a chance de galgar mais posições nesse ranking histórico.
O contrato do camisa 1 e
atualmente um dos maiores
ídolos palmeirenses é "de gaveta". O acordo acertado há pouco
mais de um ano que estendia o
compromisso do jogador com o
clube por mais duas temporadas -além do que já vigorava-
nunca foi registrado.
O acordo que consta no departamento de registros da
CBF -representado pelo BID
(Boletim Informativo Diário)
disponível no site oficial da entidade- vale só até julho.
Registrado sob o número
459.065, o contrato entre Marcos e Palmeiras rege 1º de agosto de 2004 como data de início,
31 de julho de 2007 como final.
Está descrito como do tipo
"Nacional definitivo" e com a
situação em "andamento".
O registro contrasta com a
informação divulgada pela diretoria palmeirense há pouco
mais de um ano e meio.
Quando o clube recebeu, em
2005, uma proposta de US$ 2
milhões para liberar o jogador
feita por um grupo internacional de investidores que queria
levá-lo para atuar em Portugal,
o então diretor de futebol, Salvador Hugo Palaia, anunciou
que, após negociações com
Marcos, renovara o vínculo
com o camisa 1 até 2009, para
que ele pudesse atuar no Palmeiras até o fim da carreira.
A Folha apurou que o contrato que segura Marcos por
mais dois anos de fato existe,
mas é "de gaveta". Ele foi assinado pelas duas partes -jogador e clube-, mas o Palmeiras
optou por registrá-lo apenas
após o fim do atual acordo.
Membros da cúpula palmeirense que acompanharam o caso dizem que o papel é considerado pelo clube como uma espécie de "pré-contrato".
Isso porque o novo vínculo
prevê aumento no salário do
atleta -classificado por conselheiros palmeirenses como
"substancial". Mas, segundo o
que foi acertado entre o clube e
Marcos, o valor só passaria a
ser pago a partir de agosto de
2007. À época do assédio, o goleiro recebeu só 10% de acréscimo em seus vencimentos.
Procurado pela Folha para
comentar a decisão de deixar
de registrar imediatamente a
extensão de contrato de Marcos, o ex-diretor de futebol Savador Hugo Palaia não se manifestou sobre o assunto.
Já a atual diretoria, que assumiu o comando do departamento apenas no fim de dezembro passado, mostrou-se
surpresa com a informação de
que, para efeito de registro, o
vínculo com o principal goleiro
do clube dura só mais quatro
meses e 20 dias. Porém Savério
Orlandi, atual diretor de futebol, preferiu não confirmar que
exista um contrato "de gaveta".
A permanência de Marcos
em campo pelo Palmeiras até
2009, aliás, tem sido motivo de
discussões no Parque Antarctica. Alguns conselheiros acreditam que o goleiro já não poderia mais ser o titular, já que no
ano passado Diego Cavalieri se
mostrou capaz de assumir com
competência a defesa da meta.
Outros apostam ainda que o
próprio jogador não terá vontade de jogar por mais dois anos.
Quando lhe foi oferecida a extensão, também ficou acertado
que, caso quisesse, Marcos, 33,
poderia se aposentar antes de
2009 com rescisão sem multa.
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