São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

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FUTEBOL

Marcelo Teixeira quase dobra o valor inicialmente acertado para oferecer aos jogadores uma quantia múltipla de 7

"Número da sorte" define prêmio santista

Ricardo Nogueira
Um dia depois da conquista do Campeonato Paulista, o goleiro Fábio Costa já treina no CT santista


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

A superstição do presidente do Santos influenciou na premiação do time campeão paulista. Marcelo Teixeira, que adotou o 7 como número da sorte, dará R$ 70 mil a cada jogador da equipe.
Anteontem, no jantar para comemorar o fim da fila de 21 anos, o dirigente deu uma boa notícia aos atletas. Anunciou diante de parentes dos campeões que, em vez de R$ 70 mil brutos, eles receberiam esse valor líquido.
Antes, a quantia combinada era R$ 70 mil, mas os impostos seriam descontados do valor. Com isso, ficariam com aproximadamente R$ 40 mil.
Assim, além de agradar ainda mais a seus atletas, Teixeira deixa na conta corrente de cada um o número que lhe traz fortuna.
Por meio de sua assessoria, o presidente santista declarou que não fala sobre valores de prêmio.
Amigos do cartola afirmam que o número foi escolhido para dar sorte -a gratificação havia sido acertada antes da última partida, anteontem, contra a Portuguesa.
A fixação de Teixeira com o número 7 é tanta que ele costuma pedir para seus advogados prepararem contratos com um número de páginas que termine em 7, como as placas de seus carros.
O dirigente gosta de ver os atletas em que aposta atuando com sua marca registrada. Na equipe sub-17, Diego era a menina dos olhos de Teixeira e usava a 7. Robinho atuava com a 10. No profissional, trocaram a numeração.
Deu certo. Robinho, que tem sete letras no nome, estourou e encheu os cofres do clube com uma transação milionária.
No Estadual, Teixeira apostou em Geílson, que marcou na vitória sobre o Corinthians, e Léo Lima, um dos destaques. Ambos têm o nome com sete letras.
Pessoas próximas ao presidente santista confirmam sua superstição, mas desconversam quando indagadas sobre a relação com o valor do prêmio oferecido.
"O número 7 é o número da família do presidente. O Marcelo [Teixeira] gosta muito desse número. Sobre a premiação, só sei que as conversas com os jogadores foram conduzidas diretamente pelo presidente", afirmou Norberto Moreira Silva, vice do clube.
O diretor de futebol do Santos, Luís Antônio Capella, é outro que preferiu não tratar do valor da premiação, mas confirmou a superstição de seu chefe. E foi além, lembrando de um caso curioso sobre o que chamou de "a mística do número 7 do presidente".
"Nos jogos entre diretoria e imprensa, todo mundo do clube sabe que a camisa 7 é a do Marcelo. Mesmo que ele não chegue a tempo do pontapé inicial, o time já sabe que ninguém pode usar o número dele", contou Capella.
Além de seu número preferido, Teixeira conta com algumas simpatias e rituais para ter felicidade, como acender uma vela branca no vestiário do time.
Caprichou em todas anteontem, mas não se livrou de uma saia justa. Foi barrado por um policial na entrada da Vila Belmiro por não portar credencial. Ouviu que era "ordem do Marcelo Teixeira". "Mas eu sou o Marcelo Teixeira", retrucou o cartola. Sem graça, o policial o deixou entrar.

Colaborou a Agência Folha

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