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F-1
Brasileiro sofre acidente em treino, tem ferimento profundo no pé, passa por cirurgia e não disputa GP Brasil, hoje
Zonta fica fora das pistas por 40 dias
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
FÁBIO SEIXAS
EDGARD ALVES
da Reportagem Local
Ricardo Zonta está fora da F-1
por pelo menos 40 dias. Segundo
os médicos que operaram o piloto
paranaense na tarde de ontem, esse é o período mínimo estimado
para que ele volte a competir.
Além do GP Brasil, ele perde as
provas de San Marino e Mônaco.
Só retornaria no GP da Espanha,
em Barcelona, no final de maio.
O tempo de recuperação, porém,
pode se estender para até dois meses, considerando que Zonta terá
de enfrentar uma readaptação ao
esporte. Assim, só voltaria no GP
do Canadá, dia 13 de junho.
Estreante na categoria, ele sofreu
um sério acidente ontem pela manhã, no autódromo de Interlagos,
na segunda sessão de treinos livres
para o GP Brasil.
Zonta teve um ferimento transversal profundo no pé esquerdo,
que provocou o rompimento de
oito tendões e fraturou três articulações secundárias, obrigando-o a
ser submetido a uma intervenção
cirúrgica.
Segundo os ortopedistas Roberto Godoy Moreira, Flávio Godoy
Moreira e José Otávio Teixeira a
operação, que durou cerca de uma
hora e meia, foi bem-sucedida. O
piloto deixa o hospital amanhã.
A maior dificuldade da cirurgia,
contam, foi a remoção de fragmentos de fibra de carbono que se espalharam pelo ferimento.
"Ele só estava preocupado para
saber se poderia participar da próxima corrida. Ficou bastante frustrado quando soube do tempo de
recuperação", disse o médico Flávio Godoy Moreira. Zonta ficará
em repouso, de cama, por dez dias.
O piloto perdeu o controle de seu
carro na curva do Laranjinha, às
10h38, a cerca de 240 km/h.
Aparentemente, Zonta perdeu
aderência depois que sua suspensão dianteira direita se rompeu, informação não confirmada pela escuderia inglesa. Depois de sair da
pista e atravessar uma faixa de grama, Zonta se espatifou contra um
guard-rail, destruindo boa parte
da traseira do carro. O acidente
suspendeu o treino.
Após a chegada das equipes de
resgate, Zonta foi retirado do carro
e chegou a ficar em pé. Logo depois, ainda em pé, teve o rosto e cabeça examinados pelo médico da
FIA, Sid Watkins, e, em seguida,
foi levado ao chão para ser imobilizado pelos paramédicos.
De ambulância, Zonta foi transferido para o centro médico do circuito, onde passou por radiografias. O estado do pé, porém, fez os
médicos optarem pela remoção do
piloto, de helicóptero, para o hospital Duprat, no Morumbi.
Segundo o relato de parentes do
piloto, ele chegou a ligar para os
pais antes de ser operado, para
tranquilizá-los. E não permitiu que
seu macacão fosse cortado pelos
médicos -justificou-se afirmando que só tinha um.
O empresário Geraldo Rodrigues, no hospital, disse que Zonta
não sabia explicar o acidente. E
que sua única atitude ao perceber
que iria bater foi fechar os olhos. O
piloto acredita ter se machucado
em um apoio que existe para o pé
esquerdo dentro do cockpit.
A BAR, equipe do brasileiro, não
apresentou explicações conclusivas para o acidente.
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