São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999
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F-1
Brasileiro sofre acidente em treino, tem ferimento profundo no pé, passa por cirurgia e não disputa GP Brasil, hoje
Zonta fica fora das pistas por 40 dias

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
FÁBIO SEIXAS
EDGARD ALVES
da Reportagem Local

Ricardo Zonta está fora da F-1 por pelo menos 40 dias. Segundo os médicos que operaram o piloto paranaense na tarde de ontem, esse é o período mínimo estimado para que ele volte a competir.
Além do GP Brasil, ele perde as provas de San Marino e Mônaco. Só retornaria no GP da Espanha, em Barcelona, no final de maio.
O tempo de recuperação, porém, pode se estender para até dois meses, considerando que Zonta terá de enfrentar uma readaptação ao esporte. Assim, só voltaria no GP do Canadá, dia 13 de junho.
Estreante na categoria, ele sofreu um sério acidente ontem pela manhã, no autódromo de Interlagos, na segunda sessão de treinos livres para o GP Brasil.
Zonta teve um ferimento transversal profundo no pé esquerdo, que provocou o rompimento de oito tendões e fraturou três articulações secundárias, obrigando-o a ser submetido a uma intervenção cirúrgica.
Segundo os ortopedistas Roberto Godoy Moreira, Flávio Godoy Moreira e José Otávio Teixeira a operação, que durou cerca de uma hora e meia, foi bem-sucedida. O piloto deixa o hospital amanhã.
A maior dificuldade da cirurgia, contam, foi a remoção de fragmentos de fibra de carbono que se espalharam pelo ferimento.
"Ele só estava preocupado para saber se poderia participar da próxima corrida. Ficou bastante frustrado quando soube do tempo de recuperação", disse o médico Flávio Godoy Moreira. Zonta ficará em repouso, de cama, por dez dias.
O piloto perdeu o controle de seu carro na curva do Laranjinha, às 10h38, a cerca de 240 km/h.
Aparentemente, Zonta perdeu aderência depois que sua suspensão dianteira direita se rompeu, informação não confirmada pela escuderia inglesa. Depois de sair da pista e atravessar uma faixa de grama, Zonta se espatifou contra um guard-rail, destruindo boa parte da traseira do carro. O acidente suspendeu o treino.
Após a chegada das equipes de resgate, Zonta foi retirado do carro e chegou a ficar em pé. Logo depois, ainda em pé, teve o rosto e cabeça examinados pelo médico da FIA, Sid Watkins, e, em seguida, foi levado ao chão para ser imobilizado pelos paramédicos.
De ambulância, Zonta foi transferido para o centro médico do circuito, onde passou por radiografias. O estado do pé, porém, fez os médicos optarem pela remoção do piloto, de helicóptero, para o hospital Duprat, no Morumbi.
Segundo o relato de parentes do piloto, ele chegou a ligar para os pais antes de ser operado, para tranquilizá-los. E não permitiu que seu macacão fosse cortado pelos médicos -justificou-se afirmando que só tinha um.
O empresário Geraldo Rodrigues, no hospital, disse que Zonta não sabia explicar o acidente. E que sua única atitude ao perceber que iria bater foi fechar os olhos. O piloto acredita ter se machucado em um apoio que existe para o pé esquerdo dentro do cockpit.
A BAR, equipe do brasileiro, não apresentou explicações conclusivas para o acidente.


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