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VÔLEI
William e Bernardinho, ex-oponentes em clubes e na seleção brasileira, dirigem finalistas da Superliga feminina
Rivalidade dos anos 80 ressurge na final
da Reportagem Local
Um duelo especial entre levantadores é um dos chamarizes da final
da Superliga feminina de vôlei, na
qual Rexona, do Paraná, atual
campeão, e Uniban, de São Paulo,
fazem hoje, às 14h, a primeira partida da série melhor de cinco, no
ginásio Baetão, em São Bernardo.
Por ter melhor campanha, o Rexona jogará em Curitiba a segunda
e terceira partidas da decisão.
O duelo citado não é o de dentro
da quadra, entre as duas melhores
levantadoras da Superliga -Fernanda Venturini, do Rexona, e Hélia de Souza, a Fofão, da Uniban.
Mas sim no banco de reservas,
por conta dos treinadores William
Carvalho (Uniban) e Bernardo Rezende, o Bernardinho (Rexona).
Levantadores na carreira de jogador, ambos foram rivais em clubes e na seleção brasileira na década de 80. E nas disputas, William
quase sempre levou vantagem.
Na seleção brasileira, Bernardinho foi o "eterno reserva" do capitão William, que é cinco anos mais
velho (44 a 39 anos).
"Fiquei 17 anos na seleção, e o
Bernardinho foi meu reserva por
uns 10", comenta William.
"Eu era mais habilidoso e talentoso, tinha uma condição física
maravilhosa. Ele tinha mais visão
de jogo, era muito inteligente. Viajamos o mundo inteiro juntos",
lembra William, que, naqueles
anos, diz ter tido um ótimo relacionamento com o rival de hoje.
"Nosso relacionamento sempre
foi muito bom, mas sempre que o
Brasil conseguiu algo foi com ele
jogando", comenta Bernardinho.
Os dois tiveram como conquista
mais memorável a medalha de
prata na Olimpíada de Los Angeles
(Estados Unidos), em 1984.
Além de amargar a reserva na seleção, Bernardinho ficou com mais
recordações negativas do que positivas nos encontros em torneios.
No início dos anos 80, a Pirelli de
William teve confrontos marcantes contra a Atlântica Boavista (depois Bradesco-Atlântica) de Bernardinho. "Pelo que lembro, ganhei mais", afirma William.
A CBV (Confederação Brasileira
de Vôlei) confirma. A Pirelli, de
Santo André, foi campeã em 80, 82
e 83. A Atlântica, do Rio, só em 81.
Mas, como treinador, quem tem
ampla vantagem é Bernardinho.
À frente da seleção feminina, foi
bronze na Olimpíada de Atlanta-96 e ganhou três Grand Prix (94, 96
e 98), competição internacional
que só perde em importância para
os Mundiais e Jogos Olímpicos.
Em campeonatos brasileiros, levou a Superliga-98, no ano de estréia do Rexona no torneio, diante
do tarimbado Leites Nestlé.
William ainda não conseguiu nenhum título expressivo em cinco
anos como técnico. Se levar esta
Superliga, dará à Uniban também
seu primeiro título importante.
Esta final será ainda o primeiro
duelo dos treinadores em uma decisão de campeonatos de vôlei.
"Como técnico, o Bernardo tem
se sobressaído sobre mim", admite
William, que enche de elogios o
trabalho do adversário.
"Ele é o melhor técnico que tem
no mundo. Basta ver os resultados
que alcançou com o Brasil. Aliás,
na seleção nada deve ser mexido.
Não há nenhum motivo para trocar a comissão técnica."
"Neste momento, não há ninguém à altura para substituir o
Bernardo", afirma William.
Extinção
O treinador da Uniban disse desconhecer uma possível extinção da
equipe em caso da não-conquista
do primeiro lugar na Superliga.
"A Uniban nunca correu risco de
extinção. Falaram do fim de UnG,
de Leites Nestlé, e puseram a Uniban no meio. A direção da universidade nos tem tranquilizado a respeito disso", completa William.
NA TV - Uniban x Rexona; Bandeirantes, ao vivo, às 14h
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